Prefeitura de Goiânia encontra 32 focos de dengue em imóveis abandonados durante força-tarefa de combate ao Aedes aegypti
Com base em lei federal, ação emergencial permite entrada forçada em imóveis fechados. Operação já vistoriou 38 propriedades e revelou situação alarmante na Região Noroeste da capital, epicentro da doença.

Uma operação emergencial coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia revelou uma realidade preocupante: imóveis abandonados estão se tornando verdadeiros criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Nos dois primeiros dias da força-tarefa — iniciada nesta semana — 38 imóveis foram vistoriados compulsoriamente e, em apenas oito deles, foram encontrados 32 focos ativos do mosquito. O número acende um alerta para o avanço da dengue na capital.
A ação tem respaldo legal na Lei Federal nº 13.301/2016, que autoriza a entrada forçada em imóveis públicos e privados em casos de emergência sanitária. O dispositivo prevê a atuação em locais fechados, abandonados ou em que haja recusa de acesso, sempre que houver risco iminente à saúde pública. A medida foi acionada diante do crescimento expressivo no número de casos confirmados de dengue em Goiânia em 2025, especialmente na Região Noroeste, que concentra os maiores índices de infecção.
A força-tarefa mobiliza agentes de combate a endemias, auditores da Vigilância Sanitária, guardas civis metropolitanos e até chaveiros — acionados para garantir a entrada segura nos imóveis. A previsão é de que 1.700 imóveis fechados ou abandonados sejam vistoriados até o fim da operação, que terá duração de 90 dias.
Segundo o coordenador de Endemias da SMS, Rodrigo Oliveira, o maior desafio está na quantidade de casas desabitadas que acumulam lixo, entulho e recipientes com água parada. “Encontramos piscinas verdes, caixas d’água destampadas, vasos sanitários cheios, calhas entupidas e até geladeiras e tanques com água parada. Situações como essas colocam em risco não só quem mora ao redor, mas toda a cidade”, alerta.
De acordo com dados da própria Secretaria, Goiânia já ultrapassou 10 mil casos prováveis de dengue apenas no primeiro trimestre de 2025, com maior concentração nos bairros da Região Noroeste, como Vila Mutirão, Jardim Curitiba e Balneário Meia Ponte. O município vive sob risco iminente de epidemia, o que torna as ações de controle vetorial ainda mais urgentes.
A prefeitura reforça que os proprietários de imóveis abandonados estão sujeitos a multas e sanções administrativas, conforme legislação municipal. Além disso, campanhas educativas e o envolvimento da população seguem sendo fundamentais. A orientação é para que todos os moradores verifiquem seus quintais, eliminem criadouros e colaborem com os agentes durante as visitas de rotina.
Próximos passos
A operação se estenderá para outras regiões da cidade nos próximos dias. A expectativa da Prefeitura de Goiânia é que, ao final dos 90 dias, seja possível reduzir significativamente o índice de infestação predial e, consequentemente, o número de casos de arboviroses na capital.
A população pode denunciar imóveis abandonados com suspeita de focos do mosquito pelo número da Ouvidoria Municipal da Saúde: 3524-6300 ou por meio do aplicativo GynApp.
Tags: SaúdePública #Dengue #Goiânia #AedesAegypti #Zika #Chikungunya #VigilânciaSanitária #PrefeituraDeGoiânia #Endemias #ForçaTarefa