Prefeito Sandro Mabel lança campanha por Goiânia limpa e cobra conscientização da população
Em meio a desafios na gestão de resíduos e pressão judicial sobre o aterro sanitário, prefeito reforça apelo para que moradores cuidem da cidade: “Não basta limpar, é preciso não sujar”
Em meio a um cenário de crise na gestão de resíduos sólidos e crescente pressão social, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), lançou neste sábado (26) a campanha “A cidade é sua casa, cuide bem dela”, voltada à conscientização contra o descarte irregular de lixo e entulho. O evento de lançamento ocorreu na Praça Walter Santos, no Setor Coimbra, e marcou o início de uma ofensiva institucional que busca associar a limpeza urbana a um novo pacto de responsabilidade coletiva.
Sob a sombra da recente interdição do aterro sanitário municipal — determinada pela Justiça após pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO) —, Mabel reconheceu as dificuldades enfrentadas pela administração, mas enfatizou que a solução passa também pela mudança de comportamento da população. “Estamos limpando, organizando mutirões, instalando pontos de coleta. Mas, se a sociedade não colaborar, a sujeira volta. Não é só responsabilidade do poder público”, afirmou.
Campanha ampla e aposta na educação ambiental
A campanha vai além dos outdoors e banners já espalhados por áreas de grande circulação. Prevê veiculação em rádios, redes sociais, TV aberta e também ações presenciais em escolas, praças e eventos públicos. Um dos símbolos mais visíveis é a instalação de lixeiras gigantes — de até cinco metros de altura — com a inscrição: “Lugar de lixo é no lixo”.
Segundo a presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Zilma Peixoto, a meta é reforçar a educação ambiental como estratégia de longo prazo. Desde a implantação de oito pontos provisórios para descarte regular, há pouco mais de um mês, já foram retiradas 41 mil toneladas de resíduos da cidade.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) também participa ativamente da campanha, desenvolvendo projetos pedagógicos que incluem palestras, oficinas, produção de vídeos e gincanas. “Queremos que as boas práticas de limpeza e cuidado com o meio ambiente sejam aprendidas desde cedo”, destacou a pasta em nota oficial.
Soluções emergenciais e cobranças à concessionária
Durante o lançamento da campanha, Sandro Mabel revelou medidas práticas para mitigar os problemas de coleta, como a criação de “ganchos ecológicos” em regiões periféricas — pequenos suportes para pendurar sacos de lixo e evitar que animais espalhem o conteúdo nas ruas. Além disso, reforçou que o Consórcio Limpa Gyn, responsável pela coleta domiciliar, será cobrado rigorosamente e multado caso descumpra as obrigações contratuais.
“Não aceitaremos mais lixo jogado nos canteiros. Cada infração será autuada. O contribuinte paga pela coleta adequada e tem direito a um serviço de qualidade”, disse Mabel, que também salientou que já intensificou a notificação de proprietários de terrenos baldios com mato alto.
Crise do aterro sanitário: um problema que pode custar caro
O prefeito abordou ainda a delicada situação do aterro sanitário, interditado pela Justiça por descumprimento de termo de ajustamento de conduta (TAC) e ausência de licença ambiental. Segundo Mabel, a transferência dos resíduos para aterros privados acarretará um gasto extra de R$ 10 milhões por mês ao município — um impacto orçamentário que, nas palavras dele, “obrigará a Prefeitura a escolher de onde cortar recursos”.
A administração tenta negociar com a Justiça a ampliação do prazo para solução definitiva da situação, pedindo ao menos um ano para adequar o sistema de gestão de resíduos. O MP-GO, no entanto, já indicou que não aceitará novas prorrogações.
“Estamos correndo contra o tempo. Não queremos descumprir decisões judiciais, mas precisamos de viabilidade técnica e financeira para resolver o problema sem prejudicar ainda mais os serviços públicos essenciais”, argumentou o prefeito.
Um desafio que vai além da limpeza
Mais do que uma ação de zeladoria, a nova campanha revela o esforço da Prefeitura de Goiânia em tentar reconstruir a relação de cidadania da população com o espaço público — num momento em que a cidade enfrenta não apenas questões ambientais, mas também políticas e econômicas.
O êxito da iniciativa, no entanto, dependerá da capacidade de engajamento coletivo e da execução efetiva das soluções anunciadas — em uma corrida contra a degradação urbana e o colapso no manejo dos resíduos sólidos.
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