Polícia Civil desmantela quadrilha de golpistas que passam por fazendeiros e causam prejuízos milionários a empresas em Goiás
O prejuízo estimado já ultrapassa a marca de R$ 1,5 milhão.
A Polícia Civil de Goiás está empenhada na investigação de uma sofisticada quadrilha de golpistas que passou por fazendeiros para aplicar golpes em diversas empresas do estado. Os principais alvos eram empresas do ramo de sementes e insumos agrícolas, mas os criminosos não hesitaram em direcionar seus golpes a qualquer estabelecimento que vendesse mercadorias no atacado. O prejuízo estimado já ultrapassa a marca de R$ 1,5 milhão.
De acordo com informações divulgadas pelo delegado responsável pelo caso, Caio Martines, os criminosos atuaram principalmente nas cidades de Goiânia, Catalão, Rio Verde e Goiatuba. Eles entraram em contato com comerciantes locais, apresentando-se como clientes já cadastrados nas lojas, e realizaram encomendas de grandes cargas de produtos. A estratégia enganosa incluía o pagamento de freteiros para retirar os itens dos estabelecimentos e transportá-los até Candeias, em Minas Gerais.
O método utilizado pelos golpistas era meticuloso. Eles entraram em contato com as empresas, instruíam-nas a emitir notas fiscais em nome de clientes legítimos e, em seguida, acionavam freteiros particulares, sem o conhecimento destes sobre o crime. Os freteiros eram orientados a retirar a carga nos estabelecimentos, e os produtos passavam por diversas mãos até chegar ao destino final. Durante as investigações, a polícia conseguiu localizar os golpistas e os depósitos onde as mercadorias eram armazenadas. Apesar de uma carga avaliada em R$ 50 mil ter sido apreendida, os suspeitos conseguiram escapar.
Neste momento, as autoridades estão especializadas em identificar e prender os envolvidos no esquema fraudulento. Os golpistas podem responder por estelionato eletrônico e associação criminosa, crimes que acarretam penas de até 11 anos de prisão.
Modus Operandi e Cuidados
O delegado explicou que o golpe se desencadeia após os criminosos obterem acesso às informações das empresas por meio de vazamentos de dados. Para evitar acidentes, as empresas devem estar atentas aos números de telefone usados pelos golpistas para contatá-los.
Em relação aos freteiros, Martines alerta que estes não devem transportar mercadorias para endereços diferentes dos indicados nas notas fiscais, uma vez que, mesmo sem intenção, podem contribuir para que as violações sigam os produtos sem efetuar o pagamento.
O delegado também aconselhou as empresas a verificarem os números de telefone cadastrados no sistema para confirmar os atrasos de pedidos, pois os golpistas costumam usar números diferentes de clientes legítimos.
“A empresa tem um banco de dados que contém o número de telefone daquele cliente. Então, se o erro estiver acontecendo pelo cliente com um número diferente, é importante que a empresa se atente e faça contato com o número que está cadastrado no sistema para averiguar se aquela compra é verídica”, conclui o delegado Caio Martines.