13 de novembro de 2024
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Operação Ophius investiga desvio de morfina e outros medicamentos controlados no Hospital de Trindade

Equipe de enfermagem é alvo de investigação por tráfico e desvio de medicamentos, após morte de técnica de enfermagem por overdose de morfina.
A investigação se iniciou com a morte de uma técnica de enfermagem do Hospital Estadual de Trindade (HETRIN) Polícia Civil de Goiás.

A Polícia Civil de Trindade deflagrou nesta quarta-feira (16/10) a Operação Ophius, que investiga uma equipe de enfermagem do Hospital de Urgências de Trindade (HETRIN) por envolvimento em um esquema de desvio, venda e tráfico de medicamentos controlados, entre eles a morfina, um potente analgésico de uso restrito. Cinco profissionais já foram afastados de suas funções, e seis mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos como parte da ação.

A operação teve início após a morte de uma técnica de enfermagem do próprio hospital, que, segundo as investigações, faleceu devido a uma overdose de morfina. O caso gerou uma ampla investigação que revelou que parte da equipe de enfermagem estava envolvida em um esquema de desvio de medicamentos para terceiros e também para automedicação.

Morte revela esquema criminoso

A investigação começou após a morte de uma técnica de enfermagem, ocorrida dentro das dependências do HETRIN. Durante a análise do caso, foi constatado que a vítima vinha se automedicando com morfina, o que levou à sua morte por overdose. Este fato levantou suspeitas e trouxe à tona um esquema de desvio e tráfico de medicamentos controlados dentro do hospital, envolvendo tanto técnicos quanto enfermeiros.

Segundo informações preliminares, esses profissionais estariam negociando morfina e possivelmente outros medicamentos para terceiros, além de utilizar os fármacos para consumo próprio. A direção do HETRIN, informada sobre as suspeitas, colaborou ativamente com as investigações da Polícia Civil.

Crimes investigados

Os crimes apurados no decorrer da Operação Ophius incluem peculato (apropriação indevida de bens públicos), tráfico de drogas, associação criminosa e até mesmo homicídio culposo, no caso da morte da técnica de enfermagem. A investigação busca identificar a extensão da rede envolvida e se mais profissionais dentro da unidade hospitalar estão associados a esse esquema.

A Polícia Civil está executando seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, incluindo suas residências e locais de trabalho, com o objetivo de recolher provas, como medicamentos desviados, prontuários, dispositivos eletrônicos e outros documentos que possam corroborar as acusações.

Colaboração do hospital

Em nota, a direção do HETRIN informou que está colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos e tomar as devidas providências. A instituição destacou que preza pela transparência e ética no tratamento de seus pacientes, e que repudia qualquer conduta que fira a legalidade e os princípios da saúde pública.

“O hospital se coloca à disposição da Polícia Civil para contribuir com as investigações. Temos o compromisso de garantir que nossos profissionais atuem com responsabilidade e dentro da legalidade. Este caso isolado está sendo tratado com a seriedade que merece”, declarou a direção do HETRIN em comunicado.

Impacto nos serviços hospitalares

Apesar das investigações e dos afastamentos, o HETRIN afirmou que seus serviços de atendimento não serão prejudicados e que as funções dos profissionais investigados serão temporariamente ocupadas por outros membros da equipe até a conclusão do inquérito.

A operação segue em andamento, e a Polícia Civil espera, com as diligências realizadas, esclarecer completamente o envolvimento dos acusados e evitar que esse tipo de esquema prejudique tanto o atendimento hospitalar quanto a segurança de medicamentos controlados, de uso extremamente rigoroso.


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