Operação desmascara influenciadoras digitais por estelionato, jogos de azar e fraude em programas sociais
A Polícia Civil investiga esquema de ostentação e crimes envolvendo influenciadoras de Luziânia, Cristalina e São José dos Campos. Bloqueios milionários e dados falsos em programas sociais fazem parte da trama.
Uma vida de luxo e ostentação, financiada por práticas ilícitas, colocou três influenciadoras digitais sob o foco da Polícia Civil. A operação, realizada nesta semana, investiga crimes de estelionato, exploração de jogos de azar – conhecidos como “jogos do tigrinho” – e lavagem de dinheiro. As suspeitas, que residem em Luziânia, Cristalina e São José dos Campos (SP), tiveram bens bloqueados e suas casas foram alvo de mandados de busca e apreensão.
Ostentação sob suspeita
As suspeitas – identificadas como Ana Carolina de Souza, Aline Tainara Barbosa dos Reis e Tawane Alexandra Silva dos Anjos – ganharam notoriedade por exibir uma vida de alto padrão em suas redes sociais. Viagens internacionais, compras em lojas de luxo e carros importados eram parte de sua imagem pública. Entretanto, as investigações revelaram que essas conquistas tinham origem em atividades criminosas.
“O que chamou nossa atenção foi a discrepância entre a vida de luxo ostentada e o vínculo das suspeitas com programas sociais, como Bolsa Família, Auxílio Brasil e Auxílio Emergencial”, explicou o delegado Rony Loureiro, responsável pelo caso.
Jogos de azar e lavagem de dinheiro
Segundo a Polícia Civil, as influenciadoras utilizavam suas redes sociais para atrair seguidores e incentivar a participação nos “jogos do tigrinho”, um esquema de apostas ilegais que prometia ganhos fáceis. Para ocultar os lucros ilícitos, as suspeitas recorriam à lavagem de dinheiro, adquirindo imóveis e bens de luxo.
Os valores bloqueados pela Justiça são expressivos:
- R$ 7,7 milhões da influenciadora de São José dos Campos.
- R$ 800 mil da residente de Luziânia.
- R$ 600 mil da influenciadora de Cristalina.
Fraude em programas sociais
Apesar de ostentarem riqueza, as influenciadoras declaravam dados falsos para acessar benefícios sociais destinados a famílias de baixa renda. “Ao mesmo tempo em que realizavam viagens internacionais, recebiam auxílios financeiros do governo, como se estivessem em situação de vulnerabilidade. Elas transformaram o engano em profissão”, ressaltou o delegado.
Impacto e próximos passos
A operação busca identificar outros envolvidos no esquema e calcular o impacto financeiro dos crimes. “Ainda estamos investigando a extensão dos prejuízos causados, tanto às vítimas dos jogos quanto ao sistema público de assistência social”, informou a Polícia Civil.
Enquanto as influenciadoras mantêm silêncio nas redes sociais, o caso reacende o debate sobre os limites éticos da influência digital e o uso indevido de programas sociais.
O que diz a lei?
Os crimes investigados incluem:
- Estelionato: pena de 1 a 5 anos de reclusão, além de multa.
- Exploração de jogos de azar: contravenção penal com multa e prisão simples.
- Lavagem de dinheiro: pena de 3 a 10 anos de reclusão e multa.
O caso das influenciadoras digitais vai além de uma investigação criminal; é um alerta sobre como a aparência pode mascarar práticas fraudulentas. A Polícia Civil segue em busca de mais informações para responsabilizar todos os envolvidos e recuperar os valores desviados.
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