Operação desarticula esquema milionário de fraudes digitais contra pousadas de Pirenópolis
Grupo é suspeito de clonar sites e redes sociais de hospedagens, aplicar golpes em turistas de todo o país e lavar cerca de R$ 13 milhões; cinco pessoas foram presas

Uma operação policial deflagrada nesta terça-feira (16) desarticulou um esquema sofisticado de fraudes digitais que utilizava a clonagem de sites e perfis em redes sociais de pousadas de Pirenópolis, um dos principais destinos turísticos de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso movimentou aproximadamente R$ 13 milhões nos últimos dois anos, valor associado a práticas reiteradas de estelionato e lavagem de dinheiro.
Cinco pessoas foram presas por meio de mandados de prisão temporária, além do cumprimento de ordens judiciais de busca e apreensão em Goiânia, Belém (PA) e Taboão da Serra (SP). Os nomes dos investigados não foram divulgados, e, até o momento, não foi possível localizar as defesas.
As investigações apontam que a organização criminosa atuava de forma estruturada e contínua, chegando a movimentar cerca de R$ 20 mil por dia com golpes aplicados em diversas regiões do país. O modus operandi envolvia a criação de páginas falsas e perfis clonados de pousadas reais, especialmente no Instagram e em sites que simulavam plataformas legítimas de hospedagem. Os criminosos se passavam por proprietários ou gerentes dos estabelecimentos, ofereciam diárias a preços atrativos e induziam as vítimas a realizar pagamentos antecipados, geralmente via PIX.
Após o recebimento dos valores, o dinheiro era rapidamente pulverizado em contas de terceiros, em uma estratégia destinada a dificultar o rastreamento dos recursos. Em seguida, segundo a Polícia Civil, os valores passavam por mecanismos de lavagem de dinheiro, incluindo transferências sucessivas e, em uma das linhas de investigação, operações envolvendo casas de câmbio no Paraguai.
O inquérito também identificou a presença de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) entre os suspeitos, o que reforça a hipótese de conexão do esquema com o crime organizado interestadual. Para conferir aparência de legalidade às negociações, o grupo elaborava contratos falsos, com uso indevido de timbres, logomarcas e dados reais das pousadas, enviados às vítimas após contatos feitos por aplicativos de mensagens.
A atuação do grupo se soma a outras investigações recentes sobre golpes semelhantes envolvendo hospedagens em Pirenópolis. Em março deste ano, a Polícia Civil do Distrito Federal, com apoio da Polícia Civil de Goiás, já havia realizado uma operação contra suspeitos de aplicar dezenas de fraudes com anúncios falsos de pousadas na mesma cidade turística. Naquela ocasião, sete pessoas foram presas temporariamente em Goiânia, mas, até o momento, as autoridades não confirmaram se há ligação direta entre os dois grupos investigados.
A Polícia Civil reforça o alerta para que turistas redobrem a atenção ao contratar hospedagens pela internet, priorizando canais oficiais, verificando a autenticidade dos perfis e desconfiando de ofertas muito abaixo do valor de mercado. As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos e dimensionar com maior precisão o alcance financeiro e estrutural do esquema criminoso.
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