19 de setembro de 2024
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Médicos são indiciados por cobrar por cirurgias do SUS, em Goiânia

Seis profissionais são investigados por cobrança indevida de procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde na capital goiana, totalizando 305 vítimas.
Policiais apreenderam documentos, recibos, agendas e equipamentos eletrônicos do médicos investigados (Divulgação / Polícia Civil)

Seis médicos estão sob investigação da Polícia Civil de Goiânia por cobrarem por cirurgias e procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através da Secretaria Municipal de Saúde. O caso envolve a realização de cesarianas, angioplastias e outros procedimentos, afetando centenas de pacientes.

Desenvolvimento: Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil, os crimes ocorreram entre os anos de 2014 e 2017. Os pacientes, encaminhados pela rede municipal de saúde com autorização para internação hospitalar, eram direcionados a hospitais conveniados com o SUS em Goiânia. No entanto, os médicos envolvidos no esquema alegavam que determinados procedimentos não eram cobertos pelo sistema público de saúde e exigiam pagamento adicional dos pacientes.

Durante as investigações, foram identificadas 305 vítimas, mas até o momento ninguém foi preso. As identidades dos profissionais envolvidos não foram divulgadas pela Polícia Civil, e a reportagem não conseguiu localizar as defesas dos médicos até o momento.

O delegado Ricardo Negry, responsável pelo caso, explicou que os médicos persuadiam os pacientes a assinarem altas hospitalares e cobravam valores entre R$ 1,8 mil e R$ 2,8 mil por procedimento, totalizando cerca de R$ 1 milhão em valores arrecadados pelo grupo.

Os profissionais foram indiciados por crimes de associação criminosa, concussão e falsidade ideológica majorada. A investigação aponta que os médicos utilizavam laudos de exames falsificados para justificar cobranças indevidas à Secretaria Municipal de Saúde, além de cobrarem dos próprios pacientes pelos procedimentos realizados.

Desfecho: O caso revela uma grave violação ética e legal por parte dos profissionais de saúde, comprometendo o acesso da população aos serviços essenciais oferecidos pelo SUS. A investigação continua em andamento, e espera-se que as autoridades responsáveis tomem as medidas necessárias para responsabilizar os envolvidos e garantir a integridade do sistema de saúde pública em Goiânia.