Médicos Credenciados ao Ipasgo Denunciam Atrasos Salariais e Falta de Transparência
Audiência pública na Alego debate irregularidades nos pagamentos e possíveis paralisações dos serviços de saúde.

Nesta terça-feira, 11 de fevereiro de 2025, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realiza uma audiência pública híbrida para discutir denúncias de atrasos nos pagamentos e supostas irregularidades no Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo). Médicos credenciados alegam estar sem receber honorários desde junho de 2024 e apontam falta de transparência nos repasses após a implementação de um novo sistema de faturamento.
Contexto e Denúncias
Desde a troca da empresa responsável pelo faturamento, com a implementação do Sistema Facplan em agosto de 2024, profissionais de saúde relatam dificuldades nos pagamentos. O deputado Gustavo Sebba (PSDB), presidente da Comissão de Saúde da Alego, afirmou ter recebido centenas de denúncias de médicos que estão há mais de quatro meses sem receber e que não há clareza sobre os valores pagos desde a mudança no sistema.
A ginecologista e obstetra Lara Roberta Marques, representando o grupo de médicos credenciados, destacou que cerca de 600 profissionais enfrentam pagamentos irregulares há mais de seis meses. Ela ressaltou que, devido à falta de demonstrativos, os médicos desconhecem os valores recebidos e enfrentam dificuldades para auditar os meses de julho, agosto e setembro de 2024. “Queremos receber o ano passado. Já estamos sem demonstrativo, ou seja, não sabemos o que estamos recebendo”, afirmou a médica.
Posicionamento das Entidades
O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) classificou a situação como “inaceitável” e exige uma solução imediata. Desde 27 de janeiro, há um movimento de paralisação dos médicos, e o sindicato está adotando medidas para cobrar das autoridades o pagamento dos valores em atraso e garantir que a situação não se repita.
Em resposta, o Ipasgo reconheceu problemas pontuais nos pagamentos devido à migração de sistemas, mas negou que os médicos estejam há meses sem receber. Entre setembro e dezembro de 2024, o instituto afirmou ter pago mais de R$ 755,64 milhões a quase 3,3 mil prestadores, incluindo R$ 71,7 milhões destinados a 2.601 prestadores pessoa física, como médicos e demais fornecedores.
O Grupo Fácil, responsável pelo sistema Facplan, reconheceu a complexidade das mudanças e afirmou estar trabalhando junto ao Ipasgo para identificar claramente os valores a serem repassados a terceiros, como médicos e demais fornecedores.
Reivindicações dos Médicos
Os profissionais de saúde solicitam:
- Data fixa para pagamento;
- Atualização da Tabela de Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM);
- Pagamentos simultâneos para honorários de consultas, cirurgias e procedimentos, consolidados em um único demonstrativo;
- Cobrança de diferença de acomodação e honorários de instrumentação cirúrgica;
- Adicional noturno para procedimentos e identificação dos auditores responsáveis pela liberação de guias.
A audiência pública ocorre no Auditório 2 da Alego, em Goiânia, e é transmitida ao vivo pelo canal TV Assembleia Goiás no YouTube. Participam do debate especialistas e representantes de entidades de saúde, incluindo a presidente do Simego, Francine Leão, o presidente da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Arthur Silveira Miranda, e o presidente do Ipasgo, Vinícius de Cecílio Luz.
A situação tem gerado preocupação entre os profissionais de saúde e usuários do Ipasgo, que temem impactos na qualidade e continuidade dos serviços prestados. A expectativa é que a audiência pública resulte em soluções concretas para os problemas enfrentados pelos médicos credenciados e assegure a transparência nos processos de pagamento do instituto.
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