Médico e enfermeiro são investigados por relações sexuais com detentas no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia
Profissionais foram afastados, detenta transferida e Polícia Penal conduz investigação sob sigilo.

A Polícia Penal de Goiás (PPGO) investiga um médico e um enfermeiro suspeitos de manter relações sexuais com detentas dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Os atos teriam ocorrido no Posto de Saúde da Casa de Prisão Provisória (CPP), onde os profissionais prestavam atendimento às presas.
A denúncia veio à tona no dia 7 de janeiro de 2025, quando a 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal recebeu informações sobre as supostas relações irregulares. No mesmo dia, foram realizadas oitivas com as presas e os profissionais de saúde envolvidos. No dia seguinte, a corregedoria da Polícia Penal instaurou uma sindicância para aprofundar as investigações.
Como medida imediata, uma das detentas foi transferida para outra unidade prisional, sob a justificativa de resguardar sua integridade. No entanto, a corporação não revelou o motivo de apenas uma interna ter sido realocada nem o local para onde foi enviada.
Profissionais afastados e contratos encerrados
Os investigados eram servidores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia, contratados por meio de convênio com a Polícia Penal. Assim que tomou conhecimento do caso, a prefeitura determinou o desligamento dos dois profissionais.
“O caso está sendo tratado com rigor e sigilo pela Polícia Penal, e os contratos dos envolvidos foram encerrados imediatamente após a notificação”, informou a SMS em nota.
A Polícia Penal também proibiu o médico e o enfermeiro de entrarem em qualquer unidade prisional do estado por tempo indeterminado, como medida preventiva para evitar interferências nas investigações.
Órgãos fiscalizadores acompanham o caso
O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) declarou que já iniciou procedimentos internos para apurar possíveis infrações éticas e irregularidades cometidas pelo enfermeiro. Em nota, o órgão afirmou que “o abuso de poder e a violação da dignidade de pessoas privadas de liberdade são inaceitáveis e devem ser combatidos com rigor”.
Já o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e o Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal do Estado de Goiás (Sinsep-GO) foram procurados, mas ainda não se manifestaram sobre o caso.
Investigação segue sob sigilo
A corregedoria da Polícia Penal segue colhendo depoimentos e analisando provas para determinar se há outros envolvidos e se os atos ocorreram de forma consensual ou sob coação. Caso as suspeitas sejam confirmadas, os investigados poderão responder por crimes como abuso de autoridade, assédio sexual e violação de dever profissional.
A expectativa é que os desdobramentos do caso sejam encaminhados ao Ministério Público de Goiás (MPGO), que poderá oferecer denúncia formal contra os suspeitos.