Mecânico suspeito de tráfico internacional de drogas é flagrado fazendo manutenção em helicóptero dentro de rio
Vídeo divulgado mostra Júnior Batista de Oliveira em garimpo ilegal na região norte do país.
Um vídeo veiculado pelo programa Fantástico, da Rede Globo, revelou o mecânico Júnior Batista de Oliveira, de 37 anos, supostamente envolvido em um grupo suspeito de tráfico internacional de drogas, realizando trabalhos de manutenção em um helicóptero dentro de um rio. O local, conforme a investigação da Polícia Federal (PF), seria um garimpo ilegal situado em uma região remota no norte do país.
O mecânico, que está sob custódia desde o último dia 22 de fevereiro, quando foi detido durante uma operação da PF, alega por meio de sua defesa não possuir nenhum vínculo com a organização criminosa, afirmando apenas prestar serviços de reparo mecânico em aeronaves.
Segundo informações fornecidas pela PF, os detalhes sobre as atividades dessa organização criminosa vieram à tona após uma operação policial resultar na apreensão de mais de 600 kg de cocaína em fazendas localizadas no interior de São Paulo e Goiás. A droga, associada à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foi confiscada em agosto do ano passado.
Durante a investigação, os agentes encontraram em uma das fazendas um piloto de helicóptero e Júnior, que se apresentou como mecânico de aeronaves. No entanto, apurações posteriores indicaram que o mecânico realizava manutenção em diversas outras aeronaves utilizadas no tráfico de drogas.
A polícia descobriu que o grupo criminoso não apenas contratava serviços de manutenção, mas também construía aeronaves. Em uma empresa de metalurgia localizada em Goianira, foi identificada uma oficina clandestina usada para esse fim.
Além disso, os helicópteros estavam com a documentação suspensa pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), inviabilizando seu uso em voos regulares. O grupo também realizava modificações ilegais, como a instalação de galões de combustível para aumentar o tempo e a distância de voo.
Até o momento, oito helicópteros foram apreendidos durante as investigações, sendo sete no Brasil e um na Bolívia. Outros itens apreendidos incluem veículos, armas, drogas, joias, dinheiro e peças de aeronaves, além de bloqueadores de sinal.
A Polícia Federal ressalta que o grupo escolhia Goiás devido à sua grande concentração de profissionais na área de manutenção de aeronaves, tornando-o um importante polo de logística para o tráfico internacional de drogas.