Justiça Condena Grupo de Goiás a Quase 60 Anos por Golpes com Aplicativos em Presidente Prudente
Organização criminosa estruturada lesou mais de 500 vítimas em todo o Brasil; prejuízo total ultrapassa R$ 1,4 milhão, com seis integrantes condenados em primeira instância.

A Justiça de São Paulo condenou seis integrantes de uma organização criminosa originada em Goiás a penas que somam quase 60 anos de prisão. O grupo aplicava golpes por meio de aplicativos de mensagens, atingindo moradores de Presidente Prudente (SP) entre 2021 e 2022.
As fraudes consumadas na cidade paulista geraram um prejuízo de mais de R$ 77 mil em cinco casos. Em âmbito nacional, estima-se que o grupo tenha causado prejuízos de R$ 1,4 milhão, conforme apontado em 181 boletins de ocorrência registrados em 18 estados brasileiros.
Perfil dos Golpistas e Sentenças
Entre os condenados estão cinco homens e uma mulher, com idades entre 24 e 33 anos. As penas variam conforme o grau de envolvimento:
- Líder do grupo (33 anos): 17 anos e 8 meses de prisão em regime fechado.
- Outro líder (33 anos): 16 anos e 8 meses em regime fechado.
- Integrante secundário (30 anos): 10 anos e 9 meses em regime fechado.
- Mulher (24 anos): 7 anos e 7 meses em regime semiaberto.
- Dois integrantes: Condenados a 6 anos de prisão em regime semiaberto por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A juíza Sizara Corral de Arêa Leão Muniz Andrade, da 3ª Vara Criminal de Presidente Prudente, determinou que os réus devolvam os valores subtraídos às vítimas prudentinas. Apenas os réus com penas menores poderão recorrer em liberdade.
Como Agia a Organização Criminosa
O grupo obtinha dados das vítimas por meio de redes sociais e empresas conhecidas como data brokers, que comercializam informações de consumidores. Em seguida, criavam perfis falsos usando fotografias reais das vítimas e simulavam urgências financeiras para convencer familiares e amigos a realizar transferências via Pix.
Os criminosos operavam em uma estrutura hierarquizada, com funções específicas:
- Recrutamento: Aliciavam correntistas para emprestar contas bancárias em troca de comissões.
- Perfis falsos: Usavam dados de data brokers para criar identidades fictícias.
- Transferências e lavagem de dinheiro: Os valores obtidos eram rapidamente movimentados entre contas e retirados em espécie, dificultando o rastreamento.
Golpes Detalhados
Os golpistas simulavam ser parentes próximos das vítimas e, após estabelecer contato, pediam transferências com urgência. Entre os casos consumados em Presidente Prudente, os valores enviados foram:
- R$ 34.391,00
- R$ 15.949,00
- R$ 14.746,00
- R$ 6.478,00
- R$ 5.789,00
As transferências eram realizadas para contas vinculadas ao grupo. Após o recebimento, o dinheiro era rapidamente redistribuído para evitar bloqueios pelas instituições financeiras.
Ações de Lavagem de Dinheiro
Os integrantes utilizavam as contas correntes de terceiros para movimentar os valores obtidos ilegalmente. Parte do montante era usada para pagamentos em espécie e transferências internas, dificultando o rastreamento pela polícia.
Impacto Nacional
Além dos golpes em Presidente Prudente, a organização criminosa lesou vítimas em todo o país, com maior incidência nos municípios goianos de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Trindade.
O Ministério Público destacou que o grupo operava com ampla coordenação, utilizando ferramentas digitais e estratégias sofisticadas para maximizar os lucros ilícitos.
A decisão judicial representa um marco no combate a organizações criminosas especializadas em fraudes digitais. Embora seja de primeira instância, o julgamento lança um alerta para a população sobre a necessidade de cautela ao receber pedidos de transferência financeira por aplicativos.
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