Jovem é assassinada a caminho do trabalho em Rio Verde
Elisângela Silva de Souza, de 26 anos, foi encontrada morta em lote baldio; suspeito preso responde por feminicídio, estupro e ocultação de cadáver
Uma mulher de 26 anos, identificada como Elisângela Silva de Souza, foi assassinada em Rio Verde (sudoeste de Goiás) enquanto seguia para seu trabalho na madrugada, em um episódio que acendeu debates sobre feminicídio, segurança pública e proteção às mulheres.
Segundo apuração da Polícia Civil, Elisângela deixava sua residência por volta das 4h da manhã para seguir ao emprego, quando foi atacada pelo suspeito, Rildo Soares dos Santos, 33 anos — preso em flagrante, ele responderá por feminicídio, estupro e ocultação de cadáver. O corpo da vítima foi encontrado em lote baldio, escondido sob pedras e restos de tijolos, resultado de ações que adiaram sua localização.
Este crime agrava ainda mais o panorama da violência de gênero em Goiás. Dados recentes da Segurança Pública de Goiás mostram que, no primeiro semestre de 2024, foram registrados 20 feminicídios, uma queda de 37,5% em comparação ao mesmo período de 2023, quando ocorreram 32 casos. Todavia, o número absoluto permanece alto, e outras formas de violência contra mulheres — estupro, ameaças, perseguição, violência psicológica — continuam em crescimento, conforme o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Vulnerabilidade e características do crime
- O horário em que Elisângela saiu de casa — turno muito cedo, madrugada — aponta fragilidade dos trajetos percorridos por mulheres antes do amanhecer.
- O uso de disfarce pelo suspeito (uniforme de gari) indica modus operandi pensado para reduzir suspeitas e facilitar aproximação.
- O esconderijo do corpo e o uso de lote baldio como local para ocultação agravaram a dificuldade da investigação, prolongando o sofrimento da família.
Contexto mais amplo
Embora haja sinais de melhora nos índices de feminicídio em Goiás, com medidas protetivas sendo mais demandadas e inquéritos mais efetivos, os especialistas alertam para que tais quedas não anestesiem a urgência da política pública. A permanência de outras violências, muitas vezes ignoradas pelas estatísticas fatais, reforça que o problema persiste: o controle legal dos agressores, suporte psicológico às vítimas, iluminação urbana, transporte seguro e patrulhamento eficaz continuam sendo lacunas críticas.
Implicações legais e responsabilidades
O caso reforça a necessidade de:
- Tratamento judicial célere e rigoroso, garantindo que suspeitos de crimes de gênero enfrentem processo justo e adequado.
- Políticas municipais que ampliem a proteção às mulheres, especialmente em horários e trajetos de vulnerabilidade.
- Investimento em delegacias especializadas, redes de apoio (abrigos, serviços de saúde mental), medidas protetivas eficazes e campanhas de conscientização.
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