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29 de abril de 2025
EsporteNotíciasPolíciaÚltimas

“Jogada Marcada”: Operação revela esquema milionário de manipulação no futebol brasileiro

Polícia Civil de Goiás desmonta rede criminosa que atuava em resultados de partidas e movimentou ao menos R$ 11 milhões com apostas esportivas. Jogadores, treinadores e dirigentes estão entre os investigados em seis estados.
Operação da Polícia Civil de Goiás mira grupo suspeito de manipular resultados de jogos de futebol em seis estados — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil de Goiás deflagrou, na manhã desta quarta-feira (9), a Operação Jogada Marcada, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada na manipulação de resultados de partidas de futebol profissional no Brasil. Segundo as autoridades, o esquema envolvia jogadores, treinadores, dirigentes de clubes e apostadores profissionais, e teria movimentado mais de R$ 11 milhões por meio de plataformas digitais de apostas esportivas.

Coordenada pelo Grupo Antirroubo a Banco (GAB) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), a operação cumpre 16 medidas judiciais, entre mandados de prisão e de busca e apreensão, em seis estados brasileiros. Os nomes dos investigados não foram divulgados até o momento, e, portanto, as defesas ainda não se manifestaram oficialmente.

Modus operandi: da promessa ao prejuízo esportivo

De acordo com fontes da investigação, a quadrilha possuía uma estrutura hierarquizada, composta por financiadores, intermediários e executores — sendo os últimos jogadores escalados para cometer falhas intencionais durante as partidas, como cometer pênaltis ou forçar cartões. Em troca, recebiam valores que variavam de R$ 20 mil a R$ 100 mil, dependendo da repercussão e dos odds envolvidos nas plataformas de apostas.

As ações eram cuidadosamente orquestradas, com antecedência e respaldo logístico, inclusive em partidas das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro, além de torneios regionais. A polícia descobriu que a atuação do grupo atingia clubes de todas as regiões do país, incluindo os estados de São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Maranhão e Rio de Janeiro.

O delegado responsável pelo caso, Weber Marcos de Moraes, afirmou que o grupo se valeu do crescimento das apostas esportivas online para criar um mercado paralelo ilícito, que já vinha sendo monitorado há meses. “Estamos diante de uma organização altamente profissional, com braços em diversas categorias do futebol brasileiro e que usava jogadas técnicas como fachada para fraudes bem planejadas”, destacou.


Manipulação digital e fragilidade institucional

As investigações começaram a partir de denúncias feitas por casas de apostas internacionais, que identificaram padrões anômalos em volumes de apostas sobre determinados eventos nos jogos — como número de escanteios, cartões ou marcação de gols até certo minuto. Essas análises foram cruzadas com dados técnicos dos jogos, imagens, escalações e movimentações nas plataformas, levando à confirmação da fraude em ao menos 15 partidas disputadas entre 2022 e 2024.

As autoridades ressaltam que há clubes de pequeno e médio porte diretamente prejudicados, além de impacto na credibilidade do futebol nacional, que já sofre com denúncias recorrentes de fraudes relacionadas a apostas.

“É um alerta gravíssimo. O futebol precisa de regras claras, fiscalização rigorosa e um sistema de integridade independente”, analisa Marcelo Santoro, especialista em direito esportivo e professor da FGV. “A ausência de um órgão regulador nacional para as apostas esportivas abre margem para esse tipo de ação criminosa”.


Repercussão no meio esportivo

Embora os nomes dos envolvidos ainda não tenham sido divulgados oficialmente, fontes ligadas a clubes da Série B e C confirmaram à reportagem que jogadores titulares e reservas estão entre os alvos da operação. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda não se manifestou publicamente, mas dirigentes do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) acompanham de perto os desdobramentos.

Um dirigente ouvido sob anonimato afirmou que o sistema de apostas se tornou “uma bomba-relógio para o futebol brasileiro” e que é urgente a criação de um núcleo de combate à manipulação dentro das entidades esportivas nacionais.

Polícia cumpre mandados de busca e apreensão durante operação “Jogada Marcada” — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Próximos passos e novas fases da operação

A expectativa da Polícia Civil é de que a Operação Jogada Marcada tenha novas fases nos próximos meses, com quebra de sigilo bancário e telemático dos envolvidos, rastreamento de fluxos financeiros e cooperação internacional com plataformas de apostas.

A sociedade brasileira e o mundo do esporte aguardam, agora, a transparência e a responsabilização efetiva dos envolvidos, em um escândalo que promete marcar o futebol nacional com mais uma página sombria.

Nota do clube

“O Goianésia Esporte Clube vem a público manifestar seu total repúdio a qualquer tentativa de manipulação de resultados no futebol brasileiro.

Em 2023, o presidente do Conselho do Goianésia, Marco Antônio Maia, recebeu uma proposta de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para que o clube participasse de um esquema de manipulação de partidas do Campeonato Goiano. Diante da gravidade do fato e do compromisso ético que temos com o esporte, ele imediatamente comunicou as autoridades competentes, contribuindo diretamente para o desencadeamento da Operação Carta Marcada, deflagrada nesta quarta-feira, 9 de abril, pela Polícia Civil.

É importante ressaltar que, sendo também delegado de polícia, por questões de transparência e imparcialidade, Marco Antônio Maia optou por não conduzir pessoalmente a investigação, garantindo assim a integridade do processo.

O Goianésia Esporte Clube reafirma seu compromisso com a ética, a honestidade e o respeito ao futebol brasileiro. O clube não compactua com nenhuma prática que prejudique a integridade das competições e continuará colaborando com as investigações para que todos os responsáveis sejam devidamente identificados e punidos.

Seguimos firmes na defesa de um futebol limpo, competitivo e digno de sua torcida.

Marco Antônio Maia – Presidente do Conselho”

Goianésia Esporte Clube

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