Homem é preso suspeito de matar esposa e simular latrocínio em estrada de terra
Polícia aponta contradições e frieza do suspeito ao relatar crime; mulher foi encontrada morta no carro, com sinais de estrangulamento.

Um homem foi preso em flagrante no último domingo (23) suspeito de assassinar sua esposa e tentar encobrir o crime ao simular um latrocínio — roubo seguido de morte — na zona rural de Cristalina, no Entorno do Distrito Federal. A vítima foi encontrada sem vida no banco do passageiro de um carro, abandonado em uma estrada de terra. Segundo a Polícia Militar, a mulher apresentava sinais de estrangulamento.
O caso chamou a atenção das autoridades pela frieza do suspeito e pelas contradições no depoimento. Inicialmente, ele alegou que o casal teria sido abordado por três criminosos armados em um veículo preto enquanto estavam parados na estrada. Segundo seu relato, os assaltantes teriam roubado sua carteira e celular, além de ameaçá-lo com um facão. Ele disse ainda que conseguiu escapar e pediu ajuda a seguranças de uma fazenda próxima.
No entanto, a cena do crime não sustentava essa versão. O carro estava intacto, sem sinais de arrombamento ou roubo, e a chave permanecia na ignição. Além disso, a reação do suspeito ao ver a esposa morta foi descrita como “extremamente fria” pelos policiais.
Contradições e suspeitas levaram à prisão
O comportamento do homem e inconsistências em suas declarações despertaram a atenção da Polícia Militar, que acionou a Polícia Civil e a perícia. Durante a reconstituição inicial do caso, o suspeito apresentou versões conflitantes, reforçando as suspeitas de envolvimento direto na morte da esposa.
“Eu mesmo fui ao local do crime e percebi indícios de que o cinto de segurança pode ter sido usado para apertar o pescoço da vítima, mas ainda investigamos se foi com uma corda, uma fita ou outro objeto”, declarou o delegado Cassius Zamo.
Diante das evidências, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva, e o suspeito permanecerá detido enquanto as investigações avançam.
Feminicídio disfarçado de latrocínio
O caso reforça uma prática criminosa que vem se tornando cada vez mais comum: a tentativa de disfarçar feminicídios como roubos ou acidentes. Especialistas em segurança pública alertam que a simulação de crimes para encobrir assassinatos exige investigações minuciosas, que combinem análise forense, perícia criminal e depoimentos detalhados.
Agora, a Polícia Civil trabalha para reunir provas que confirmem a responsabilidade do suspeito, enquanto a perícia busca esclarecer exatamente como a vítima foi morta. Se condenado, o homem poderá responder por feminicídio e simulação de crime, cujas penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
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