21 de novembro de 2024
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Hepatites Virais no Brasil: Vacinação é a Melhor Defesa Contra Complicações Graves

Mais de 785 mil casos foram registrados entre 2020 e 2023, com destaque para os tipos A e B, que podem causar danos irreversíveis.
A imunização contra hepatites A e B é um passo fundamental para a prevenção. Designed by Freepik

As hepatites virais permanecem como uma das principais preocupações de saúde pública no Brasil. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, publicado pelo Ministério da Saúde, entre 2020 e 2023, foram confirmados 785.571 casos no país. Entre eles, 171.255 casos (21,8%) eram de hepatite A, enquanto 289.029 casos (36,8%) correspondiam à hepatite B, que juntas representam um grande risco à saúde do fígado e, em situações extremas, podem levar ao óbito.

Apesar do cenário preocupante, a boa notícia é que essas doenças podem ser prevenidas de maneira eficaz por meio da vacinação, considerada uma das mais importantes medidas de proteção.

Vacinação: Uma ferramenta eficaz e segura

Segundo o médico infectologista Dr. Marcelo Cordeiro, do Sabin Diagnóstico e Saúde, “a imunidade ideal só é alcançada após a conclusão do esquema completo de vacinação”. Ele explica que a vacina contra hepatite A requer duas doses, enquanto a imunização contra hepatite B exige três doses, sendo esta última indispensável para prevenir complicações graves como cirrose e câncer de fígado.

As vacinas são compostas por vírus inativados, o que garante segurança e eficácia. Para crianças entre 12 meses e 15 anos, o esquema vacinal consiste em duas doses, com intervalo de seis meses. Já para pessoas acima de 16 anos, o protocolo inclui três doses, com intervalos variando de 1 a 6 meses entre cada aplicação.

“A vacinação é especialmente relevante para grupos de risco, como profissionais da saúde, pacientes com doenças hepáticas crônicas e usuários de drogas injetáveis”, alerta o especialista.

Prevenção vai além da vacina

Embora eficaz, a vacina não elimina completamente o risco de infecção. Para reduzir ainda mais as chances de contágio, são recomendadas práticas como:

  • Manter boa higiene pessoal e alimentar;
  • Consumir água tratada ou fervida;
  • Evitar contato com sangue ou fluidos corporais contaminados, especialmente em procedimentos médicos e odontológicos;
  • Realizar exames periódicos, especialmente em grupos vulneráveis.

“Essas medidas são fundamentais, principalmente para indivíduos mais expostos aos fatores de risco. A combinação de vacinação e hábitos preventivos é o caminho para proteger o fígado e evitar complicações”, explica o Dr. Cordeiro.

Os impactos da hepatite no organismo

As hepatites A e B afetam diretamente o fígado e podem levar a complicações graves:

  • Hepatite A: Geralmente leve ou assintomática, mas em casos raros pode evoluir para insuficiência hepática aguda.
  • Hepatite B: Pode se tornar crônica em 5% a 10% dos casos, aumentando significativamente o risco de cirrose e câncer de fígado.

“A hepatite B é uma das principais causas de câncer de fígado no mundo. Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante quanto a vacinação”, enfatiza o infectologista.

Cenário brasileiro e desafios

O Brasil enfrenta desafios para aumentar a cobertura vacinal e disseminar informações sobre essas doenças. A hepatite A, transmitida principalmente por alimentos e água contaminados, e a hepatite B, que ocorre por contato com sangue e fluidos corporais, ainda são cercadas por desinformação, dificultando a prevenção.

“É crucial educar a população sobre os sintomas, como fadiga, icterícia (amarelamento dos olhos e pele) e dores abdominais, além de investir em campanhas de vacinação e prevenção. O trabalho conjunto entre governos, profissionais de saúde e a sociedade é essencial para reduzir o impacto das hepatites virais no país”, conclui Dr. Cordeiro.

Com a vacinação amplamente disponível na rede pública e privada, além de práticas de higiene e conscientização, é possível diminuir significativamente o número de casos e proteger milhares de vidas.

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