Governo Lula Zera Alíquota de Importação de Produtos Essenciais para Combater Alta nos Preços dos Alimentos
Medida inclui carne, café, milho, azeite e outros itens da cesta básica; Objetivo é aliviar a pressão sobre o bolso do consumidor e reduzir a inflação dos alimentos no Brasil.

Em uma tentativa de conter o aumento vertiginoso dos preços dos alimentos, o governo federal anunciou, nesta quinta-feira (6), a decisão de zerar a alíquota de importação de diversos produtos essenciais para a população brasileira. A medida inclui carne, café, milho, azeite, açúcar e outros itens da cesta básica, com o intuito de aliviar a carga tributária sobre produtos que têm impacto direto no orçamento das famílias.
Medida chega em um momento crítico
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, foi o responsável pelo anúncio durante uma reunião no Palácio do Planalto. Em seu discurso, Alckmin explicou que as altas nos preços dos alimentos, que afligem boa parte da população brasileira, foram exacerbadas por fatores como a seca severa do ano passado e a instabilidade cambial, que pressionaram ainda mais os custos de produção e importação.
“Sabemos que o aumento nos preços dos alimentos tem sido uma das maiores fontes de insatisfação popular, como evidenciado pelas últimas pesquisas. A expectativa é que, com essas medidas, consigamos reduzir a pressão sobre o bolso do trabalhador, principalmente nas classes mais vulneráveis”, afirmou o vice-presidente.
A cesta básica sem impostos
A decisão de isentar a cesta básica de tributos foi uma das medidas mais aguardadas pelo governo. A alíquota de importação para a carne, que era de 10,8%, e para o café, que era de 9%, será completamente eliminada. Além disso, o governo também planeja desonerar produtos como o milho, o azeite e o açúcar, que têm peso significativo no orçamento das famílias.
Reunião com especialistas do setor alimentício
Após o anúncio, a equipe econômica do governo se reuniu com representantes de diversas entidades do setor alimentício, incluindo a Associação Brasileira das Indústrias de Carnes (ABIEC), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), além de representantes dos supermercados, como a Abras. Essa reunião teve como objetivo discutir os efeitos da medida e avaliar outras possíveis ações para controlar a inflação dos alimentos no país.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comentou sobre o esforço conjunto: “O governo está fazendo sua parte ao reduzir as tarifas de importação. Agora, é necessário que os produtores também colaborem para que as melhorias se reflitam diretamente no preço final dos alimentos.”
Desafios econômicos e políticos
A medida foi anunciada após uma série de cobranças do presidente Lula, que, em reunião com seus ministros, destacou a importância de baixar os preços dos alimentos e aliviar a pressão econômica sobre a população. Em um evento no Rio de Janeiro, no final de fevereiro, o presidente declarou ter “obsessão por comida barata” e destacou que o lema de seu governo seria “união, reconstrução e comida barata na mesa do trabalhador”.
No entanto, economistas e analistas alertam que a redução das alíquotas de importação pode ter efeitos limitados no curto prazo. Embora possa sinalizar uma ação do governo no combate à inflação, o impacto direto sobre os preços pode ser modesto, uma vez que a alta nos custos de produção também é influenciada por fatores como clima, custo do combustível e câmbio.
Possíveis próximas etapas
Além da redução dos impostos sobre a carne, café e outros produtos alimentícios, o governo também avaliou a possibilidade de zerar a alíquota sobre o trigo, produto fundamental para a produção de pães e massas. Esse movimento, se confirmado, poderia trazer um alívio significativo para o setor de panificação, que tem enfrentado aumentos constantes nos preços devido ao câmbio e à escassez de grãos.
A iniciativa de zerar impostos sobre o óleo comestível, como o óleo de soja, girassol, milho e canola, também foi discutida e pode ser implementada em um futuro próximo.
Sinal político e medidas futuras
Embora as medidas possam não ser suficientes para resolver todos os problemas da inflação alimentícia, elas servem como um importante sinal político de que o governo está atento às preocupações da população e disposto a atuar em questões que afetam diretamente a qualidade de vida dos brasileiros. A expectativa agora é que a redução das alíquotas de importação tenha um efeito prático sobre os preços no mercado, especialmente se acompanhada de outras ações do governo para controlar a cadeia produtiva e garantir que a redução dos impostos chegue aos consumidores.
Em relação à população, a medida traz um alívio necessário, especialmente para as famílias de baixa renda, que têm enfrentado dificuldades crescentes para arcar com o aumento dos preços da comida. Resta saber, no entanto, se as medidas do governo serão suficientes para reverter a tendência de alta nos preços dos alimentos em um cenário econômico ainda instável.
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