Governo de Goiás Anuncia Abertura de Dez Novos Colégios Militares, em Todo o Estado.
Secretária de Educação revela plano de expansão da rede, enquanto críticas sobre modelo persistem.

O Governo de Goiás planeja inaugurar dez novos colégios militares nos próximos anos, conforme anunciado pela secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli, durante uma entrevista ao Jackson Abrão, nesta segunda-feira (18). A iniciativa faz parte de um esforço de expansão da rede, que já conta com 82 unidades desse tipo, um aumento significativo em relação às 57 existentes antes do início da gestão de Ronaldo Caiado (UB) em 2018.
No entanto, a medida tem gerado controvérsias. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) argumenta que a proliferação dos colégios militares pode não ser necessariamente benéfica para a Educação no estado.
A localização dos novos colégios ainda não foi detalhada pela Secretaria de Estado de Educação de Goiás (Seduc), que trabalha em conjunto com o Comando de Ensino da Polícia Militar (PM) para essa definição. A expectativa é que essas informações sejam divulgadas no início do segundo semestre deste ano.
Em dezembro de 2022, Goiás teria 10 novos Colégios Estaduais da Polícia Militar de Goiás (CEPMGs) a partir de 2023, sendo que quatro seriam novas unidades e as outras seis seriam escolas cívico-militares que passariam por uma reestruturação. A escolha dos locais para essas unidades, na época, levou em consideração a vulnerabilidade social das comunidades.
Bia de Lima, presidente do Sintego e deputada estadual, expressou preocupação com a iniciativa. Segundo ela, a transformação de escolas em colégios militares não garante necessariamente uma melhoria na qualidade do ensino.
Os colégios militares têm sido objeto de polêmica devido a algumas práticas e questões controversas. Há relatos de cobranças indevidas de contribuições mensais e práticas disciplinares que podem ser consideradas excessivas. Além disso, episódios de idolatria a diretores e autoridades locais por parte dos alunos têm levantado questionamentos sobre a cultura institucional dessas escolas.

Em relação aos uniformes, recentemente, foi divulgado que o valor destinado pelo governo para os estudantes dos colégios militares é significativamente superior ao utilizado para os alunos das outras escolas estaduais. Fátima Gavioli explicou que a decisão de adotar um sistema de Bolsa-uniforme foi motivada por reclamações sobre a qualidade e especificidades dos uniformes.
Apesar das críticas, Fátima defende os colégios militares, afirmando que eles têm um projeto pedagógico específico que valoriza a disciplina. No entanto, reconhece a importância de os pais estarem cientes do regimento das escolas antes de matricularem seus filhos.
Sobre a recente controvérsia envolvendo o livro “Avesso da Pele”, recolhido de algumas escolas estaduais, a secretária nega que tenha havido censura. Segundo ela, o recolhimento foi motivado por reclamações dos pais sobre o conteúdo considerado inadequado para determinadas faixas etárias.