Personalizar preferências de consentimento

Usamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para permitir as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são requeridos para habilitar os recursos básicos deste site, como fornecer login seguro ou ajustar suas preferências de consentimento. Esses cookies não armazenam nenhum dado de identificação pessoal.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies funcionais ajudam a executar determinadas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedback e outros recursos de terceiros.

Nenhum cookie para mostrar

Cookies analíticos são usados ​​para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas como número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego etc.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies de desempenho são usados ​​para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência de usuário aos visitantes.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies de publicidade são usados ​​para fornecer aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que você visitou anteriormente e para analisar a eficácia das campanhas publicitárias.

Nenhum cookie para mostrar

23 de julho de 2025
AgronegócioEconomiaNotíciasÚltimas

Goiás inicia vazio sanitário da soja em 27 de junho para conter ferrugem asiática e proteger próxima safra

Com previsão de safra superior a 20 milhões de toneladas, estado adota medida fitossanitária de 90 dias sem soja viva para combater a principal ameaça à cultura: o fungo Phakopsora pachyrhizi. Agrodefesa reforça importância do cumprimento rigoroso do calendário.
Vazio sanitário da soja terá início em 27 de junho deste ano em todo o território goiano (Foto: Wenderson Araújo)

A partir do dia 27 de junho, os campos de soja em todo o estado de Goiás deverão permanecer livres de qualquer planta viva da oleaginosa — inclusive as chamadas “tigueras”, que brotam espontaneamente após a colheita. Trata-se do início do vazio sanitário da soja, medida estratégica que se estende até 24 de setembro, conforme determinação da Instrução Normativa nº 06/2024, da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

O objetivo é claro: reduzir drasticamente o inóculo da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), doença de altíssima severidade que compromete as folhas da soja, gera desfolhamento precoce e pode provocar perdas superiores a 70% da produção nas lavouras mais vulneráveis. Segundo especialistas, trata-se da principal ameaça à cultura em todo o território nacional.

A ferrugem asiática é um desafio recorrente para o setor produtivo brasileiro. Desde sua chegada ao Brasil, em 2001, o patógeno — um fungo originário da Ásia — se tornou um dos maiores vilões da agricultura tropical. De fácil propagação, seus esporos podem percorrer centenas de quilômetros carregados pelo vento, infectando novas lavouras quando encontram plantas hospedeiras no campo.

Medida preventiva com base científica

Para o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o vazio sanitário de 90 dias é um dos instrumentos mais eficazes no manejo preventivo da ferrugem. “Ao eliminar a presença de plantas vivas nesse período, interrompemos o ciclo de vida do fungo e reduzimos significativamente sua pressão sobre a safra seguinte”, afirmou.

A medida, segundo Caixeta, é não apenas técnica, mas estratégica para a economia agrícola estadual. “Goiás é o terceiro maior produtor de soja do Brasil. A sanidade vegetal da nossa lavoura impacta diretamente o desempenho econômico do estado e a segurança alimentar do país”, reforça.

De acordo com o 11º Levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgado em 12 de junho, a estimativa para a safra 2024/2025 em Goiás é de 20,4 milhões de toneladas de soja, cultivadas em 4,95 milhões de hectares, com produtividade média prevista de 4,12 toneladas por hectare. O desempenho da safra depende fortemente de práticas sustentáveis e disciplinadas de manejo, como o vazio sanitário.

Conscientização e fiscalização técnica

O gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Leonardo Macedo, ressalta que o vazio sanitário é respaldado por evidências científicas e por décadas de experiência agronômica. “Não se trata de mera formalidade. É uma etapa decisiva no manejo da ferrugem asiática, essencial para preservar a produtividade e a competitividade dos nossos produtores.”

Mário Sérgio de Oliveira, coordenador da Gerência de Sanidade Vegetal, destaca a importância do papel educativo da Agrodefesa. “A fiscalização é parte do nosso trabalho, mas a educação sanitária tem sido uma ferramenta igualmente poderosa. Temos investido em capacitação, palestras e parcerias com entidades e técnicos para garantir que todos compreendam a importância do cumprimento do calendário.”

A legislação prevê que, a partir de 25 de setembro, as primeiras plântulas de soja podem emergir nos campos. O prazo final para a semeadura é 2 de janeiro de 2026, e os produtores devem realizar o cadastro das lavouras no Sidago (Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás) até 17 de janeiro do mesmo ano — ou seja, 15 dias após o fim do período permitido para plantio.

O perigo invisível da ferrugem

A ferrugem asiática se manifesta por meio de pústulas de coloração alaranjada ou castanha na face inferior das folhas. O ataque do fungo resulta em rápida desfolha e redução severa do potencial produtivo da planta. Com alto custo de controle químico e eficácia limitada dos fungicidas em cenários de alta pressão da doença, o controle preventivo — com destaque para o vazio sanitário — é amplamente considerado a melhor estratégia.

De acordo com o Consórcio Antiferrugem, rede técnico-científica coordenada pela Embrapa, a incidência da ferrugem tem se mantido sob controle nas regiões que respeitam rigorosamente o calendário sanitário. No entanto, falhas pontuais no cumprimento da medida podem colocar em risco todo o sistema de produção.

Um pacto pela sustentabilidade agrícola

O sucesso da medida depende da adesão do setor produtivo. Em Goiás, o nível de conformidade tem se mantido elevado nos últimos anos, graças à parceria entre governo, cooperativas, produtores e entidades representativas.

“O produtor goiano é aliado da defesa agropecuária. Sabe que medidas como o vazio sanitário não são obstáculos, mas garantias para a longevidade e a qualidade da produção”, reforça Caixeta.

Com a agricultura brasileira em constante pressão por produtividade, sustentabilidade e responsabilidade ambiental, ações coordenadas como o vazio sanitário da soja seguem sendo ferramentas centrais para garantir não apenas uma boa safra, mas também a segurança da cadeia alimentar e o equilíbrio fitossanitário no campo.

Tags: #Agronegócio #Soja #Goiás #FerrugemAsiática #VazioSanitário #Agrodefesa #Safra2024 #Conab #SanidadeVegetal #ProduçãoAgrícola