Goiás fortalece escudo contra gripe aviária e reafirma posição estratégica na avicultura nacional
Mesmo sem casos confirmados de influenza aviária H5N1, Estado mantém vigilância rigorosa, prepara novo decreto de emergência zoossanitária e reforça medidas de biosseguridade. Ações colocam Goiás entre os mais preparados para conter eventual avanço da doença.

Enquanto o Brasil registra o primeiro caso confirmado de gripe aviária em aves comerciais no Rio Grande do Sul, Goiás mantém-se, até agora, como uma fortaleza sanitária contra a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Sem qualquer registro da doença em seu território — seja em granjas industriais, criações familiares ou aves silvestres — o Estado atua com rigor preventivo e protocolos robustos, buscando proteger tanto a saúde pública quanto o peso econômico de seu setor avícola.
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) lidera um conjunto de ações estratégicas que vão da vigilância ativa em regiões com presença de aves migratórias até campanhas educativas direcionadas a produtores, técnicos e população em geral. Como medida adicional e coordenada com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o governo goiano está prestes a publicar um novo decreto estadual de emergência zoossanitária, ampliando a capacidade de resposta rápida e integrando o setor público e privado no combate à possível entrada do vírus H5N1.
Vigilância que não descansa
Desde que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) elevou o grau de alerta para surtos da IAAP, especialmente com a expansão global da cepa H5N1, Goiás intensificou medidas como:
- Monitoramento sistemático de aves silvestres em áreas úmidas e rotas de aves migratórias;
- Fiscalização e controle sanitário em granjas comerciais e criações de subsistência;
- Treinamento técnico contínuo de médicos veterinários e agentes de campo;
- Atualização do plano de contingência estadual, com definição clara de rotas de contenção e erradicação;
- Orientação direta aos produtores, com reforço das práticas de biosseguridade e identificação precoce de sinais clínicos.
“Ao reeditar o decreto de emergência, reafirmamos o compromisso de Goiás com a proteção da saúde animal, humana e com a estabilidade econômica da nossa avicultura. Estamos prontos para agir com agilidade e eficiência, caso seja necessário”, afirma José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa.
Avicultura de peso
A estrutura preventiva não se justifica apenas por zelo sanitário: Goiás é o 4º maior produtor de aves do Brasil, com polos robustos em Itaberaí e Rio Verde, que figuram entre os maiores do país. O setor representa mais de 240 mil empregos diretos, e a manutenção do status sanitário é decisiva para o posicionamento de Goiás nos mercados nacional e internacional.
“A ausência de casos fortalece nossa credibilidade diante dos importadores e reforça a imagem de confiança da avicultura goiana”, destaca Caixeta.
O que observar e como agir
A Agrodefesa alerta a população para estar atenta aos sinais clínicos da doença em aves:
- Tosse, espirros e secreções nasais;
- Hematomas nas pernas e músculos;
- Inchaço e coloração anormal na crista e barbela;
- Andar em círculos ou falta de coordenação;
- Queda repentina na produção de ovos e alterações nas cascas.
Em caso de suspeita, a orientação é não manusear a ave e acionar imediatamente os canais oficiais de notificação:
- Sistema e-Sisbravet: disponível via site da Agrodefesa (www.goias.gov.br/agrodefesa)
- Whatsapp ou telefone: (62) 98164-1128
Segundo Denise Toledo, gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, embora a transmissão da gripe aviária para humanos seja extremamente rara e restrita a contatos prolongados com aves infectadas, a atenção coletiva é fundamental. “Não é só uma questão do produtor rural. A população como um todo deve colaborar para impedir a entrada e a disseminação da doença”, destaca.
Um alerta global, uma resposta local
Desde 2006, o mundo convive com ondas de gripe aviária. Em 2023 e 2024, a OMSA e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alertaram para o aumento de casos em aves silvestres e surtos pontuais em rebanhos comerciais — inclusive com transmissões zoonóticas isoladas. Em 2025, com o caso no Rio Grande do Sul, o Brasil passa a integrar, oficialmente, o grupo de países que registram a IAAP em produção industrial, elevando a importância das ações locais.
Goiás, por enquanto, se mantém como uma exceção. E exemplo. A vigilância incansável, aliada a uma gestão pública proativa e ao engajamento do setor privado, pode fazer a diferença entre contenção e crise.
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