Goiás avança à elite da alfabetização infantil e conquista 2º lugar nacional
Com índice de 72,7% de crianças alfabetizadas até o 2º ano do Ensino Fundamental, estado ultrapassa meta federal e consolida protagonismo em educação pública básica.
Em um cenário educacional historicamente marcado por desigualdades, Goiás protagoniza um feito expressivo: alcançou o 2º lugar no ranking nacional de alfabetização infantil em 2024, de acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), por meio do programa Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. O estado registrou 72,7% de crianças alfabetizadas até o final do 2º ano do Ensino Fundamental — superando a meta nacional de 69% e posicionando-se como referência entre as 27 unidades federativas do país.
O avanço é considerado histórico. Em 2016, apenas 13,2% dos estudantes goianos atingiam o nível esperado de alfabetização. O salto para o 2º lugar nacional em 2024 reflete não apenas a expansão de políticas públicas consistentes, mas também a execução qualificada de programas estruturantes como o AlfaMais Goiás, implantado em 2021.
“Não existe cidadania plena com analfabetismo. A alfabetização é a base de todo o processo educacional e, por isso, continuará sendo uma prioridade absoluta do nosso governo”, declarou o governador Ronaldo Caiado, ao comentar os resultados do novo Índice Criança Alfabetizada.
A secretária de Estado da Educação de Goiás, Fátima Gavioli, reforçou o impacto positivo da gestão educacional colaborativa:
“Os investimentos foram assertivos e, mais importante, sustentados por evidências e diálogo com os municípios. Hoje, a maioria das nossas crianças está plenamente alfabetizada, o que garante que elas avancem nas demais etapas da Educação Básica.”
Modelo de colaboração e investimento contínuo
O programa AlfaMais Goiás é um eixo central dessa transformação. Desenvolvido pela Secretaria da Educação (Seduc), com apoio técnico da Associação Bem Comum e colaboração dos 246 municípios goianos, o programa estruturou uma política estadual voltada à alfabetização na idade certa, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Entre 2022 e 2024, foram investidos R$ 158 milhões em ações coordenadas para formação docente, materiais pedagógicos, monitoramento e avaliação externa.
A iniciativa contempla formações continuadas para professores da Educação Infantil (4 e 5 anos) e do Ensino Fundamental (1º e 2º anos), distribuição de kits literários e escolares, materiais complementares e avaliações sistemáticas, como o Saego-Alfa (Sistema de Avaliação Educacional do Estado de Goiás).
Além disso, Goiás implementou mecanismos de estímulo à melhoria do ensino, como o ICMS Educacional — que vincula parte da arrecadação estadual ao desempenho das redes municipais — e o Prêmio Leia, que reconhece boas práticas de alfabetização nas escolas públicas.
Reconhecimento nacional e consolidação de uma política de Estado
Em 2023, Goiás já figurava entre os quatro estados mais bem colocados no ranking nacional de alfabetização. Agora, em 2024, além de subir ao 2º lugar, o estado atingiu o nível 4 na escala de alfabetização definida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) — considerado o patamar ideal de desenvolvimento para crianças ao fim do 2º ano.
Os dados consolidados refletem não apenas uma evolução numérica, mas a consolidação de uma política educacional de longo prazo, centrada na formação de professores, uso de evidências, foco na aprendizagem e articulação intergovernamental.
Especialistas da área apontam que o modelo goiano pode servir de referência para outros estados que ainda enfrentam dificuldades estruturais no combate ao analfabetismo infantil.
Desafios persistem, mas base está lançada
Apesar do avanço, o desafio de garantir alfabetização plena a 100% das crianças até os sete anos ainda exige esforços contínuos. Segundo o MEC, aproximadamente 30% das crianças brasileiras terminam o 2º ano sem estarem plenamente alfabetizadas — o que compromete todo o percurso escolar posterior.
Goiás, porém, parece ter lançado as bases de uma virada educacional. E, mais do que números, o resultado de 2024 simboliza um compromisso coletivo com o direito à aprendizagem e ao futuro de milhares de crianças goianas.
“Alfabetizar na idade certa é garantir que nossas crianças tenham voz, leiam o mundo e possam transformá-lo. Este é o verdadeiro papel da escola pública de qualidade”, finaliza Fátima Gavioli.
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