Gestão Mabel Inicia com Investimentos em Queda Livre, Mas Apresenta Superávit Recorde em Goiânia
Prefeitura Reduz Investimentos em 76% no Primeiro Quadrimestre de 2025 Comparado a 2024, Justificando “Ano de Arrumação”, Enquanto Projeta Bilhões em Obras Estruturais e Celebra Maior Superávit Primário da História.
A Prefeitura de Goiânia, sob a nova gestão de Sandro Mabel (UB), apresentou nesta quinta-feira (29) um balanço financeiro do primeiro quadrimestre de 2025 que revela um cenário de contrastes acentuados. Enquanto os investimentos diretos sofreram uma queda nominal de 75,93% em comparação com o mesmo período de 2024, a administração municipal celebrou o maior superávit primário já registrado na história da capital para este período, totalizando R$ 705 milhões.
A prestação de contas foi realizada pelo prefeito Mabel durante reunião da Comissão Mista na Câmara de Goiânia. Ele justificou o baixo nível de investimentos – apenas R$ 35,7 milhões – como parte de um “ano de arrumação” necessário para a gestão. O prefeito, contudo, prometeu um futuro de grandes obras, com projeção de investir anualmente pelo menos R$ 1 bilhão dos cofres municipais após essa fase inicial.
O secretário municipal da Fazenda, Valdivino Oliveira, corroborou a explicação, adicionando que a queda nos investimentos também se deveu ao período de chuvas, que limita ações externas, e à necessidade de tempo para estudo e elaboração de novos projetos.
O Rumo dos Investimentos e a Busca por Verbas Federais
Para 2025, Mabel indicou que os investimentos se concentrarão em áreas essenciais como iluminação pública, por meio do programa “Brilha Goiânia”, e infraestrutura asfáltica. A ambição da gestão vai além dos recursos próprios: na última segunda-feira (26), o prefeito esteve em Brasília com o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, apresentando um portfólio de 50 projetos de obras estruturais para Goiânia, com um custo estimado em mais de R$ 2 bilhões. A lista inclui intervenções cruciais em drenagem urbana, habitação, pavimentação e a canalização do Córrego Botafogo, demonstrando o interesse em buscar recursos federais para alavancar esses empreendimentos.
Em contraste com o atual cenário, o primeiro quadrimestre de 2024, sob a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD), registrou investimentos de R$ 148 milhões. Naquela época, Cruz, em seu último ano de mandato, buscava viabilidade para a reeleição e prometia um investimento de R$ 1,7 bilhão em obras e ações, plano que, no entanto, não se concretizou.
Desempenho Financeiro: Superávit Impulsionado por Receitas e Ajustes
De janeiro a abril de 2025, o resultado financeiro da Prefeitura foi robusto. A receita total do período foi de R$ 3,4 bilhões, enquanto a despesa totalizou R$ 2,8 bilhões, culminando no já mencionado superávit primário de R$ 705 milhões. Mabel e Oliveira classificaram este como o melhor resultado já alcançado pela administração nesse período, ainda que não tenham apresentado a série histórica completa para comparação.
“Não é um troféu, esse superávit, mas é uma demonstração que nós administramos nesses quatro meses, que representam a prestação de contas, com espírito de calamidade, reduzindo despesas e aumentando receitas, naquilo que é possível aumentar as receitas”, afirmou Valdivino Oliveira.
A análise das receitas mostra que os impostos (R$ 1,5 bilhão) e as transferências correntes (R$ 1,2 bilhão) foram os principais motores da arrecadação. O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), com maior concentração de recolhimento nos primeiros meses do ano, somou R$ 661 milhões, um crescimento nominal de 6,81%.
O destaque no crescimento da arrecadação foi o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), que saltou de R$ 121 milhões no 1º quadrimestre de 2024 para R$ 242 milhões em 2025, um aumento de 99,84%. A Prefeitura explicou que essa alta se deve à regularização de pendências de órgãos, especialmente da área da saúde, que entre outubro e dezembro do ano passado haviam pago folhas apenas pelos valores líquidos, sem processar os descontos obrigatórios de IRRF.
Do lado das despesas, os R$ 2,8 bilhões incluem R$ 326 milhões referentes a gastos de 2024 que foram quitados pela atual gestão. O maior item de despesa é a folha de pagamento, que custou R$ 1,5 bilhão. Esse valor abrange o gasto com pessoal do Executivo e da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), cuja dependência em relação ao Paço foi confirmada pelo Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO no ano passado. A folha também inclui R$ 182 milhões de pagamentos de servidores referentes a 2024, mas empenhados e quitados neste ano (R$ 125 milhões do Executivo e R$ 57 milhões da Comurg). Atualmente, o índice de despesa com pessoal em relação à Receita Corrente Líquida (RCL) é de 46,65%.
DADOS FINANCEIROS – 1º QUADRIMESTRE DE 2025
Indicador | Valor (R$) | Comparativo com 1º Trim. 2024 (Nominal) | Observações |
---|---|---|---|
Investimentos | 35,7 milhões | Queda de 75,93% | Prefeito justifica como “ano de arrumação”, promete R$ 1 bilhão/ano após 2025. |
Receita Total | 3,4 bilhões | Não detalhado | Impostos (R$ 1,5 bi) e Transferências Correntes (R$ 1,2 bi) são os principais componentes. |
Despesa Total | 2,8 bilhões | Não detalhado | Inclui R$ 326 milhões de gastos de 2024 quitados pela gestão atual. |
Superávit Primário | 705 milhões | Não detalhado (considerado o maior histórico) | Melhor resultado já alcançado pela administração neste período. |
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DETALHE DA ARRECADAÇÃO E DESPESA
Item de Receita | Valor (R$) | Crescimento Nom. (2025 vs. 2024) |
---|---|---|
IPTU | 661 milhões | 6,81% |
IRRF | 242 milhões | 99,84% |
Item de Despesa | Valor (R$) |
---|---|
Folha de Pagamento | 1,5 bilhão |
Despesa Executivo | 125 milhões (ref. 2024) |
Despesa Comurg | 57 milhões (ref. 2024) |
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