Forças de segurança reagem a proposta que amplia horário de distribuidoras de bebidas em Goiânia
Projeto do vereador Igor Franco (MDB) pretende estender o funcionamento até 1h59 da madrugada, mas enfrenta resistência de autoridades e especialistas que alertam para risco de retrocesso nos avanços da segurança pública conquistados após a restrição aprovada em julho.

A proposta que tenta ampliar o horário de funcionamento das distribuidoras de bebidas em Goiânia reacendeu um debate sensível na Câmara Municipal e entre as forças de segurança do Estado. O projeto, apresentado pelo vereador Igor Franco (MDB), sugere que os estabelecimentos funcionem presencialmente até 1h59 da madrugada, com permissão apenas para vendas por delivery entre 2h e 4h59, sem presença de clientes.
A ideia, segundo o autor, busca “adequar o horário de funcionamento à realidade econômica e social da capital”, após relatos de queda de até 40% no faturamento e demissões no setor desde que as restrições entraram em vigor, em julho deste ano.
No entanto, a proposta é vista com preocupação pelas forças policiais e autoridades de segurança pública, que defendem a manutenção das regras atuais. O atual limite — funcionamento até 23h59 presencialmente e apenas delivery da meia-noite às 5h — foi estabelecido com base em estudos e ações conjuntas da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), Polícia Militar (PMGO) e Polícia Civil (PCGO).
Desde a implementação da norma, indicadores de criminalidade apresentaram redução significativa em áreas antes marcadas por ocorrências envolvendo aglomerações, consumo excessivo de álcool e perturbação do sossego. Para as corporações, flexibilizar o horário seria um retrocesso, pois aumentaria o potencial de conflitos, acidentes e crimes relacionados ao consumo noturno de bebidas alcoólicas.
Fontes ligadas à SSP-GO reforçam que a limitação não teve apenas efeito punitivo, mas estratégico: “A medida contribuiu para o ordenamento urbano, diminuiu a necessidade de acionamentos de viaturas em horários críticos e reduziu a sobrecarga dos serviços de emergência”, pontuou um integrante da segurança pública ouvido pela reportagem.
O vereador Igor Franco, por outro lado, sustenta que é possível conciliar segurança e atividade econômica, argumentando que o funcionamento estendido e fiscalizado poderia ocorrer de forma responsável. “A proposta busca um equilíbrio entre segurança e liberdade de empreender, garantindo acesso controlado e dentro da lei”, defende o parlamentar.
Apesar da justificativa, a resistência institucional é forte. Integrantes da PMGO e da PCGO avaliam que a experiência recente mostrou resultados concretos e que a mudança colocaria em risco avanços obtidos com esforço conjunto entre Legislativo, Executivo e forças de segurança.
O projeto ainda será analisado pelas comissões temáticas da Câmara Municipal de Goiânia antes de ir ao plenário. O desfecho deve refletir o embate entre interesses econômicos do setor empresarial e a manutenção de políticas públicas eficazes de segurança e prevenção.
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