Fogo consome galpão de reciclagem em Goiânia e levanta alerta sobre segurança em áreas industriais
Incêndio de grandes proporções destruiu totalmente estrutura e materiais em espaço de 400 m² no Residencial Buena Vista IV. Bombeiros utilizaram 15 mil litros de água e investigam as causas do incidente.

Um incêndio de grandes proporções destruiu, na manhã deste sábado (21), um galpão de reciclagem de espumas e colchões localizado no Residencial Buena Vista IV, em Goiânia. O fogo consumiu completamente a cobertura da estrutura, além de materiais inflamáveis, equipamentos industriais e maquinário pesado utilizado para prensagem de colchões. A ocorrência mobilizou cinco equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), que utilizaram cerca de 15 mil litros de água para debelar as chamas.
Segundo informações da corporação, o fogo teve início por volta das 9h, e a fumaça espessa pôde ser vista a longa distância, gerando alarme entre moradores vizinhos e comerciantes da região. O chamado partiu de populares que notaram a intensidade das chamas, e os bombeiros precisaram forçar entrada no imóvel, que estava trancado com cadeados e portões reforçados. O acesso ao interior foi feito com cortes em portões metálicos e rompimento de barreiras físicas.
Local de alto risco e materiais inflamáveis
O galpão abrigava, segundo os bombeiros, um grande volume de espumas e resíduos industriais altamente combustíveis, como partes de colchões, espumas de poliuretano, tecidos e madeira prensada — materiais que favorecem a propagação rápida do fogo e dificultam o controle das chamas.
Além disso, havia no local máquinas industriais de prensagem e armazenagem, também danificadas no incêndio. A estimativa inicial é de que uma área de aproximadamente 400 metros quadrados tenha sido completamente devastada. Nenhuma pessoa ficou ferida, e não havia trabalhadores no interior do galpão no momento da ocorrência.
Causas ainda são desconhecidas
Até o momento, não se sabe a origem do incêndio. O Corpo de Bombeiros informou que somente após a solicitação do proprietário será possível dar início a uma perícia técnica para identificar as causas do incidente, incluindo hipóteses como curto-circuito, superaquecimento de máquinas, ou até combustão espontânea, fenômeno que pode ocorrer em materiais acumulados como espumas e tecidos sob altas temperaturas.
A reportagem procurou representantes legais ou responsáveis pelo imóvel, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Não há estimativas formais sobre o prejuízo financeiro, mas dados preliminares indicam que as perdas podem ultrapassar centenas de milhares de reais, dada a destruição total da estrutura e do estoque armazenado.
Falhas recorrentes e riscos em áreas industriais urbanas
O caso reacende o debate sobre a regularização e segurança de empreendimentos industriais localizados em zonas urbanas. A presença de materiais inflamáveis em galpões improvisados ou adaptados sem rigor técnico tem se tornado uma preocupação crescente entre especialistas em segurança do trabalho e urbanismo.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), incêndios estruturais em áreas urbanas industriais cresceram 14% no Brasil nos últimos três anos. Boa parte desses eventos está relacionada a armazenamento inadequado de resíduos, instalações elétricas precárias e falta de protocolos de prevenção.
“O armazenamento de resíduos recicláveis, especialmente espumas e tecidos sintéticos, exige medidas rigorosas de ventilação, combate preventivo e vigilância elétrica. Falhas mínimas podem ser fatais”, afirma o engenheiro de segurança Alberto Lima, consultor em risco industrial.
Preocupação ambiental e ausência de fiscalização
O impacto ambiental do incêndio também preocupa. A queima de espumas, materiais plásticos e tecidos sintéticos libera gases altamente tóxicos, como cianeto de hidrogênio e dioxinas, substâncias que comprometem a qualidade do ar e podem afetar pessoas com problemas respiratórios, especialmente crianças e idosos da vizinhança.
Até o momento, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) não se pronunciaram sobre o caso nem informaram se há registros de licenciamento ambiental e autorização de funcionamento para o local atingido.
Sem vítimas, mas com perdas significativas, o incêndio no galpão de reciclagem em Goiânia é mais do que um alerta pontual. É reflexo de uma realidade que exige revisão urgente na fiscalização de atividades industriais em perímetros urbanos. Enquanto a perícia não revela as causas do sinistro, resta à cidade mais um galpão em ruínas — e à comunidade, a esperança de que se evite o próximo desastre.
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