Executivos sob suspeita: Polícia apura desvio milionário praticado por funcionários em cargos estratégicos, em Aparecida de Goiânia
Investigação aponta uso indevido de funções de chefia para fraudar compras internas; Justiça autoriza buscas e quebra de sigilos fiscal e bancário
A Polícia Civil de Goiás investiga um esquema de desvio de recursos que pode superar R$ 1 milhão, atribuído a dois funcionários que ocupavam cargos de confiança em uma empresa sediada em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Os investigados foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quarta-feira (17), no âmbito de uma apuração que corre sob sigilo parcial.
Segundo informações confirmadas pela corporação, as suspeitas surgiram a partir de denúncia formal da própria empresa, que identificou inconsistências recorrentes em processos internos de compras e aquisições. A partir da comunicação, a Polícia Civil instaurou procedimento investigativo para apurar possíveis fraudes estruturadas, com indícios de atuação continuada e aproveitamento direto das funções estratégicas exercidas pelos suspeitos.
De acordo com o delegado Igomar Caetano, responsável pelo caso, os funcionários investigados detinham atribuições de chefia e coordenação, o que lhes permitia acesso privilegiado aos sistemas de compras e à validação de contratos. A investigação aponta que eles teriam inflado valores de aquisições por meio da inserção indevida de comissões, direcionadas em benefício próprio ou de terceiros ainda não identificados. O prejuízo preliminar estimado ultrapassa R$ 1 milhão, podendo ser revisto à medida que a análise documental avance.
Diante da robustez dos indícios iniciais, o Poder Judiciário autorizou, além das buscas, a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos investigados, medida considerada essencial para rastrear o fluxo financeiro, identificar eventuais repasses e dimensionar com precisão o alcance do dano patrimonial causado à empresa. A Polícia Civil também trabalha com a hipótese de envolvimento de outros agentes, internos ou externos, não descartando a ampliação do inquérito.
Até o momento, não houve prisões, e os nomes dos investigados não foram divulgados, em respeito às normas legais e ao estágio das apurações. A Polícia Civil reforça que a investigação segue em curso, com foco na responsabilização penal, na recuperação de ativos eventualmente desviados e no esclarecimento integral dos fatos.
O caso reacende o debate sobre governança corporativa, controles internos e compliance, sobretudo em empresas que concentram decisões sensíveis em poucos gestores, evidenciando como a fragilidade de mecanismos de fiscalização pode abrir espaço para crimes financeiros de alta complexidade.
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