Dia Nacional de Combate ao Câncer alerta sobre prevenção e perigos da desinformação
Fake news sobre o câncer de mama desafiam esforços de conscientização e destacam a importância da informação baseada em evidências.

O Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado em 27 de novembro, é uma oportunidade para reforçar a conscientização sobre a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento de uma das principais causas de morte no Brasil. Em 2024, o foco recai sobre os desafios da desinformação, especialmente em relação ao câncer de mama, destacando o papel crucial da disseminação de informações corretas e embasadas em evidências científicas.
Desmistificando o câncer de mama
Dr. Eduardo Pessoa, presidente da Comissão de Imaginologia Mamária da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), destaca que a propagação de mitos pode comprometer diagnósticos precoces e tratamentos eficazes.
Entre as desinformações recorrentes está a ideia falsa de que o câncer de mama seria apenas um processo de calcificação da glândula mamária. “O câncer de mama é um crescimento anormal e descontrolado de células que perdem suas características normais e podem invadir tecidos ou se espalhar pelo corpo (metástase). Não é um simples acúmulo de cálcio, mas uma condição que requer atenção médica especializada”, afirma.
Além disso, circulam boatos de que exames como a mamografia poderiam causar câncer. O especialista desmente, explicando que a radiação utilizada é mínima e segura, com benefícios imensuráveis para a detecção precoce, que aumenta significativamente as chances de cura e reduz a necessidade de tratamentos agressivos.
Como identificar informações confiáveis?
Com a proliferação de fake news, Dr. Pessoa orienta a população a buscar informações em fontes confiáveis, como órgãos oficiais (Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Sociedades Médicas) e profissionais reconhecidos.
Ele sugere:
- Avaliar a origem: Evite fontes anônimas ou sensacionalistas.
- Checar dados: Confirme informações em múltiplas fontes e procure estatísticas e referências confiáveis.
- Analisar o conteúdo: Títulos alarmistas muitas vezes são indicativos de fake news.
- Usar ferramentas: A busca reversa de imagens ajuda a verificar se fotos ou vídeos foram manipulados.
“Evitar compartilhar informações sem confirmar é um passo simples, mas poderoso, para conter a desinformação e proteger vidas”, reforça o especialista.
Prevenção: um compromisso diário
Embora não seja possível prevenir totalmente o câncer de mama, hábitos saudáveis podem reduzir o risco:
- Manter um peso saudável: O excesso de peso, especialmente após a menopausa, é um fator de risco.
- Atividade física: Exercícios regulares ajudam na prevenção.
- Evitar álcool e tabaco: Ambos estão associados ao aumento do risco.
- Monitorar a saúde: Mulheres com histórico familiar ou predisposição genética devem fazer acompanhamento médico regular.
Idade recomendada para mamografias
As diretrizes variam entre organizações, mas o consenso é:
- Mulheres de 50 a 69 anos: Mamografias a cada dois anos (recomendação do INCA).
- Mulheres de 40 a 49 anos: Mamografia anual, segundo FEBRASGO e Sociedade Brasileira de Mastologia.
- Grupos de risco: Exames podem começar mais cedo, com uso de Ressonância Magnética das Mamas, quando indicado.
Combate à desinformação é essencial
O combate ao câncer de mama vai além da prevenção e tratamento; passa também pela disseminação de conhecimento correto. “Conscientizar a população sobre os riscos reais e desmentir mitos é tão importante quanto qualquer avanço médico. A informação salva vidas”, conclui Dr. Pessoa.
No Dia Nacional de Combate ao Câncer, o chamado é para que todos façam parte dessa luta, compartilhando apenas informações corretas e incentivando a saúde preventiva.
Fontes: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
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