Corpo de Trabalhador Rural é Encontrado Após Dez Dias de Desaparecimento em Alto Paraíso
Após intensas buscas, equipe do Corpo de Bombeiros localiza homem submerso no Rio São Bartolomeu; vítima apresentava sinais de sofrimento psíquico e foi vista pela última vez saindo descalça da fazenda onde trabalhava.
Um drama silencioso que durou dez dias chegou ao fim na manhã desta quarta-feira (10), quando equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) localizaram, com apoio de cão farejador, o corpo de um trabalhador rural de 46 anos que estava desaparecido desde o dia 1º de abril. O corpo foi encontrado submerso em um trecho do Rio São Bartolomeu, na zona rural de Alto Paraíso, município do Entorno do Distrito Federal.
O desaparecimento do homem — cuja identidade está sob sigilo — foi inicialmente tratado como voluntário. Segundo testemunhas, ele saiu descalço da fazenda onde vivia e trabalhava, apresentando sinais de forte abalo emocional. Vizinhos relataram comportamento errático e falas desconexas nas últimas semanas. Desde então, não se teve mais notícias de seu paradeiro.
As buscas e o desfecho
As buscas começaram oficialmente no dia 8 de abril. Equipes da 9ª Companhia Independente Bombeiro Militar de Planaltina de Goiás foram enviadas à região. O trabalho foi dificultado pela vegetação densa e pelo terreno acidentado ao redor do rio, onde apenas uma camiseta e um boné da vítima haviam sido encontrados nas margens, sem novos indícios nos dois primeiros dias de varredura.
Na manhã do dia 10, por volta das 11h25, um cão farejador da corporação detectou vestígios olfativos em um trecho menos explorado do rio, na contracorrente da área inicialmente vasculhada. A guarnição seguiu o animal e, a cerca de 150 metros do ponto de entrada, encontrou o corpo preso a galhos submersos, em estado avançado de decomposição.
Ações conjuntas e investigação
A operação contou com o apoio da Polícia Militar Rural, da Polícia Científica e do Instituto Médico Legal (IML), que realizou a remoção e identificação preliminar do corpo. Os vestígios encontrados, bem como as roupas da vítima e o local do resgate, serão analisados em conjunto para estabelecer as causas da morte.
Embora não haja indícios imediatos de violência, o caso foi repassado à Delegacia de Polícia Civil de Alto Paraíso, que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias. A hipótese de afogamento acidental motivado por um episódio de confusão mental ou distúrbio psicológico é considerada plausível, segundo fontes da segurança pública.
Triste fim e alerta
O caso lança luz sobre um tema muitas vezes negligenciado na zona rural: a saúde mental de trabalhadores isolados geograficamente e emocionalmente. Especialistas apontam que muitos homens do campo, por vergonha ou falta de acesso, deixam de buscar ajuda mesmo quando estão em sofrimento grave.
“É uma tragédia silenciosa, mas comum. Esses homens muitas vezes carregam o peso de uma vida dura, sem espaço para expressar angústias ou medos”, destaca o psicólogo e pesquisador da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Anderson Lira, que estuda casos de suicídio e desaparecimento em áreas rurais.
O que acontece agora?
O IML deve concluir nos próximos dias o laudo cadavérico para confirmar a causa da morte. A família, que já foi comunicada, deve fazer o reconhecimento oficial do corpo e acompanhar os desdobramentos da investigação.
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