Condutor embriagado invade oficina e atropela criança em Aparecida de Goiânia: reincidência marca fim de semana de imprudência
Homem de 35 anos, sob efeito de álcool e cocaína, perdeu o controle do carro e atingiu uma criança de 12 anos na manhã de sábado (12). Em menos de 24 horas, é o segundo caso grave de embriaguez ao volante registrado pela PM na cidade.
Uma sequência de imprudências no trânsito mobilizou a Polícia Militar de Goiás neste fim de semana em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana de Goiânia. O caso mais grave foi registrado na manhã de sábado (12), no Setor Jardim Ipiranga, quando um homem de 35 anos, sob efeito de álcool e cocaína, invadiu com o carro uma oficina de motocicletas e atropelou uma criança de 12 anos.
O impacto, registrado por câmeras de segurança, revela a violência do choque: o veículo arrebentou a fachada da loja localizada na Avenida Independência, colidiu com duas motocicletas estacionadas e prensou uma delas contra a vítima. A criança, que aguardava atendimento no local, sofreu ferimentos na perna, pé e braço, mas sobreviveu sem risco de morte.
Condutor apresentava sinais de embriaguez e portava entorpecente
Policiais militares do 8º Batalhão foram acionados imediatamente e encontraram o condutor visivelmente alterado. Segundo a ocorrência, o homem apresentava olhos avermelhados, fala arrastada e odor etílico. Durante a revista pessoal, os agentes localizaram uma porção de cocaína escondida no bolso da bermuda do motorista.
Apesar de se recusar a realizar o teste do bafômetro, o condutor foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) de Aparecida de Goiânia, onde um exame clínico confirmou a embriaguez e o uso de substância psicoativa. Ele foi preso em flagrante e encaminhado à Central de Flagrantes, onde foi autuado por dirigir sob influência de álcool ou droga (art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro).
Danos materiais e consequências legais
Além da criança ferida, o incidente causou prejuízos materiais à oficina, com a destruição parcial da fachada e de duas motocicletas. O valor dos danos ainda está sendo calculado, mas segundo o proprietário do estabelecimento, os estragos podem ultrapassar R$ 30 mil, considerando o custo das motos, ferramentas e reparos estruturais.
Além da autuação criminal, o motorista recebeu multa no valor de R$ 2.934,70, conforme previsto pelo artigo 165 do CTB. Caso o processo administrativo confirme a infração, sua Carteira Nacional de Habilitação poderá ser suspensa por até 12 meses.
Segundo caso grave em menos de 24 horas
Este foi o segundo caso de embriaguez ao volante com consequências graves registrado em Aparecida de Goiânia em menos de um dia. Na sexta-feira (11), por volta das 6h20, outro motorista — um homem de 48 anos — também sob efeito de álcool, colidiu contra uma motocicleta no setor Jardim Buriti Sereno, resultando em ferimentos graves nas vítimas.
O motociclista, de 21 anos, foi levado em estado crítico para o Hospital de Urgências de Goiás (HUGO). Sua companheira, de 27 anos, que estava na garupa, também sofreu ferimentos consideráveis e recebeu atendimento de emergência por equipes do Corpo de Bombeiros. O impacto foi tão intenso que a motocicleta pegou fogo e foi completamente consumida pelas chamas.
O motorista responsável por esse segundo acidente também foi preso e responderá por embriaguez ao volante com lesão corporal grave, além de danos materiais e possível tentativa de homicídio culposo, a depender do laudo pericial.
Trânsito em Aparecida: imprudência em crescimento
Casos como esses refletem um cenário preocupante nas vias urbanas de Aparecida de Goiânia. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, o município registrou aumento de 18% nas autuações por embriaguez ao volante no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A maioria das ocorrências ocorre entre madrugada e início da manhã nos fins de semana, quando há menor fiscalização de rotina.
Especialistas em segurança viária alertam que o consumo combinado de álcool e drogas psicoativas, como a cocaína, compromete a capacidade de reação e o julgamento do motorista, elevando exponencialmente o risco de acidentes fatais.
Responsabilização e medidas preventivas
O delegado responsável pela condução dos inquéritos afirmou que os dois motoristas presos poderão responder por crimes com pena superior a cinco anos de prisão, o que inviabiliza a substituição da pena por medidas alternativas. “Estamos tratando de condutas criminosas, não de simples infrações. O risco social é elevado, principalmente quando há vítimas envolvidas, como neste caso da criança”, afirmou em entrevista à imprensa.
O Ministério Público de Goiás já acompanha os casos e deve se manifestar em relação à eventual representação por prisão preventiva, dada a reincidência, gravidade e periculosidade da conduta.
Os dois casos ocorridos em menos de 24 horas evidenciam não apenas a falência ética do comportamento de alguns condutores, mas também a urgência de reforçar políticas de fiscalização e educação para o trânsito, especialmente em áreas com alto índice de acidentes como Aparecida de Goiânia. A sobrevivência da criança e a pronta resposta das forças de segurança impediram o que poderia ter sido uma tragédia irreversível. Mas a repetição de eventos tão graves exige mais do que sorte: exige ação firme e coordenada do poder público.
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