Comércio goiano completa 17 meses seguidos de alta e alcança melhor sequência desde 2013
Setor registra crescimento de 2,6% em abril de 2025 na comparação anual e mantém trajetória ascendente impulsionada por vendas de artigos pessoais, medicamentos e papelaria; resultado reflete força da economia estadual frente ao cenário nacional

O comércio varejista em Goiás segue em curva ascendente e alcançou, em abril de 2025, o 17º mês consecutivo de crescimento, algo que não era registrado no estado há mais de uma década. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (12/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor cresceu 2,6% na comparação com abril de 2024, consolidando a mais longa sequência de resultados positivos desde 2013.
A análise foi complementada pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), que destacou o desempenho como um dos mais consistentes dos últimos anos. Os dados refletem uma recuperação sólida do setor varejista goiano, sustentada pela diversificação do consumo, estabilidade econômica local e confiança dos empresários.
“A sequência de 17 meses de crescimento do comércio em Goiás é um reflexo da resiliência e consolidação do setor. Esses resultados são importantes para o desenvolvimento da nossa economia e reforçam o ambiente favorável aos negócios”, afirmou o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima.
Segmentos em destaque
Os principais motores do crescimento no mês de abril foram os seguintes grupos:
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: alta expressiva de 20,1%, impulsionada por setores como bazares, utilidades domésticas, lojas de variedades e presentes;
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: avanço de 9%, refletindo a manutenção da demanda por produtos ligados à saúde e bem-estar;
- Livros, jornais, revistas e papelaria: crescimento de 6,8%, que surpreende positivamente em um segmento tradicionalmente impactado pela digitalização e sazonalidade.
Segundo economistas ouvidos pela reportagem, o bom desempenho desses segmentos demonstra uma retomada do consumo mais pulverizada, ou seja, com a população voltando a adquirir produtos não essenciais, o que é um indicador relevante de fortalecimento da renda e da confiança do consumidor.
Desempenho acumulado mantém consistência
Na variação acumulada dos últimos 12 meses, o comércio goiano avançou 3,6%, com destaque para:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: alta de 12,4%;
- Eletrodomésticos: incremento de 11,9%, segmento que também liderou o desempenho no acumulado do ano (jan-abr), com variação de 19,2%.
Já no varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos, motos, autopeças e materiais de construção, o crescimento foi ainda mais significativo, alcançando 4,4% nos últimos 12 meses. A venda de veículos e peças automotivas teve alta de 10,5%, confirmando o apetite do consumidor goiano por bens duráveis, especialmente com a melhora nas condições de crédito e promoções do setor automotivo.
Goiás acompanha média nacional, mas com perfil próprio
No comparativo com os dados nacionais, Goiás segue alinhado ao desempenho médio do Brasil, que registrou:
- 4,8% de alta interanual (abr/2025 vs abr/2024);
- 3,4% no acumulado de 12 meses;
- 2,1% no acumulado do ano (jan-abr).
Contudo, analistas do IMB e do próprio IBGE ressaltam que Goiás se destaca pela consistência de crescimento em segmentos variados e pela longevidade da sequência positiva, que ultrapassa a maioria dos estados da federação.
“É um resultado que reflete o dinamismo econômico de Goiás. O estado tem apresentado condições macroeconômicas estáveis, baixo índice de inadimplência e uma classe média ativa, que contribui para esse movimento sustentado de expansão do comércio”, avalia o economista Carlos Eduardo Siqueira, do Conselho Regional de Economia de Goiás (Corecon-GO).
Perspectivas para os próximos meses
Com o avanço da safra agrícola, a expectativa de novos investimentos industriais e a expansão do setor de serviços, especialistas preveem que o comércio goiano deve manter ritmo positivo ao longo de 2025, ainda que em patamares moderados, diante da possível elevação de juros em âmbito nacional.
Empresários também demonstram otimismo com o cenário. A Fecomércio-GO prevê um segundo semestre aquecido, especialmente com as datas sazonais como Dia dos Pais, Black Friday e Natal, além da volta às aulas e o reaquecimento do setor editorial, que já dá sinais de recuperação.
O comércio varejista goiano vive um momento histórico, combinando resiliência, diversidade de consumo e um ambiente favorável ao empreendedorismo. A sequência de 17 meses de alta é um reflexo não apenas da reativação da demanda, mas também de um novo ciclo de confiança na economia estadual, que pode servir de exemplo para outras regiões do país.
Tags: #ComércioGoiás #CrescimentoEconômico #VarejoGoiano #IMB #IBGE #EconomiaEstadual #Goiás2025 #VendasNoVarejo #DesenvolvimentoEconômico #IndicadoresEconômicos