Coach de Criptomoedas Forjou Sequestro para Fugir de Devedores e é Indiciado pela Polícia
Investigação revelou que o próprio coach criou a conta para onde transferiu R$ 200 mil em criptomoedas durante o suposto sequestro. Polícia segue apurando outras fraudes.

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu, nesta terça-feira (11), a investigação que desmontou uma farsa criada por um coach de criptomoedas de 29 anos, em Anápolis. O homem, que se apresentava como especialista em investimentos digitais, forjou o próprio sequestro e simulou a transferência de R$ 200 mil em criptoativos para uma conta bancária criada por ele mesmo, em Malta, na Europa.
O caso ocorreu há dois anos e, desde então, a polícia vinha rastreando as movimentações financeiras do suspeito. Segundo os investigadores, a motivação do crime seria escapar de credores, investidores e clientes que aguardavam retorno sobre aplicações financeiras realizadas sob sua orientação.
Investigação desmascarou farsa
A farsa foi descoberta com o apoio do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), que rastreou transações feitas durante o período em que o coach afirmava estar em cativeiro. O relatório indicou que, no momento do suposto sequestro, ele enviou parte dos criptoativos para a conta de sua própria esposa.
Após ser “libertado” e procurar as autoridades, a polícia aprofundou a investigação e constatou que o valor integral da transferência foi destinado a uma conta internacional vinculada ao próprio suspeito. Com base nesses indícios, o coach foi indiciado por comunicação falsa de crime, além de seguir sob investigação por suspeita de fraudes financeiras envolvendo clientes e investidores.
Como o falso sequestro foi arquitetado
Na época do suposto crime, o coach relatou à polícia que foi sequestrado na Avenida 30, no Residencial Flor do Cerrado, em Anápolis. Ele afirmou que três criminosos armados o teriam retirado do carro e levado até uma mata, onde teria sido forçado a transferir R$ 200 mil em criptomoedas para uma conta informada pelos sequestradores.
Segundo ele, após a transação, os criminosos o abandonaram na cidade de Abadiânia, onde ele teria conseguido ajuda. A versão, no entanto, começou a ruir após as análises do fluxo financeiro das criptomoedas, revelando que o dinheiro nunca saiu do controle do próprio coach.
Outras fraudes em apuração
Além da farsa do sequestro, a PCGO investiga o calote milionário que o coach teria aplicado em clientes e investidores. Muitos deles relataram à polícia que foram convencidos a investir em operações de alto rendimento e cursos de criptomoedas, mas nunca viram retorno do dinheiro.
A polícia orienta possíveis vítimas a procurarem a delegacia para formalizar denúncias. Caso confirmadas outras fraudes, o suspeito pode responder por crimes como estelionato e lavagem de dinheiro.
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