Clínica de Estética em Goiânia é Alvo de Operação por Deformidades em Pacientes
Polícia investiga 23 casos de danos físicos causados por procedimentos realizados por profissionais sem habilitação; bens de luxo, incluindo helicóptero, são bloqueados.
Na manhã desta quarta-feira (18), a Polícia Civil de Goiás deflagrou uma operação para investigar crimes relacionados a procedimentos estéticos e cirúrgicos realizados por uma clínica de estética localizada no Setor Oeste, em Goiânia. Entre os alvos estão os donos da clínica e técnicos suspeitos de causar deformidades físicas em 23 pacientes. A ação cumpre quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão na capital e em Anápolis, a 55 km de Goiânia.
Denúncias e irregularidades
Segundo as investigações, pacientes relataram que procedimentos realizados na clínica resultaram em graves danos à saúde, incluindo deformidades permanentes. Os relatos indicam que os procedimentos foram realizados por profissionais sem qualificação técnica, utilizando materiais e produtos inadequados.
A delegada responsável pelo caso, Ariane Moraes, revelou que a prática incluía técnicas invasivas feitas por pessoas sem formação médica ou capacitação adequada. “Esses procedimentos não apenas violaram normas de saúde pública, como também colocaram vidas em risco, causando sequelas físicas e emocionais irreparáveis”, afirmou.
Patrimônio bloqueado e bens apreendidos
Durante a operação, a polícia determinou o bloqueio de contas bancárias e bens dos investigados, somando R$ 2,5 milhões. Entre os bens congelados está um helicóptero modelo 2024, avaliado em R$ 8 milhões.
O casal que gerenciava a clínica foi levado para prestar depoimento na delegacia. Até o momento, não foi informado se permanecerão presos ou se serão liberados após o interrogatório. A defesa dos envolvidos ainda não se manifestou.
Expansão das investigações
Além da clínica no Setor Oeste, as investigações apontam para irregularidades em outras unidades associadas aos mesmos proprietários, incluindo um endereço em Anápolis. A operação ainda busca identificar a procedência dos materiais utilizados nos procedimentos e o envolvimento de possíveis fornecedores.
Relatos das vítimas
Uma das vítimas, que prefere não se identificar, relatou à polícia que após um procedimento minimamente invasivo, desenvolvido para eliminar gordura localizada, sofreu necrose na área tratada. “Fui atraída pela propaganda e pela fama da clínica, mas saí com cicatrizes que vou carregar para o resto da vida”, disse.
Outra paciente, que realizou um preenchimento facial, relatou que o material utilizado causou inflamações graves, resultando em deformidades que demandarão intervenções médicas corretivas.
Impacto na sociedade
A operação traz à tona a necessidade de maior fiscalização e regulação no setor de estética, que cresce exponencialmente no Brasil. Especialistas reforçam que, mesmo em procedimentos minimamente invasivos, é essencial buscar profissionais devidamente qualificados e verificar a regularidade da clínica perante órgãos de saúde.
As investigações continuam e podem levar a novos desdobramentos, incluindo mais prisões e apreensões. A Polícia Civil reforça que outras vítimas podem procurar a delegacia para formalizar denúncias contra a clínica e os envolvidos.
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