Chefe de RH da Prefeitura de Goiandira é preso por desviar mais de R$ 500 mil com funcionários fantasmas
Servidor comissionado usava nomes fictícios na folha de pagamento para transferir os salários para sua própria conta; suspeito ostentava vida de luxo nas redes sociais

A Polícia Civil de Goiás prendeu, nesta segunda-feira (3), o chefe do Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura de Goiandira, suspeito de um esquema de corrupção envolvendo a criação de funcionários fantasmas. Segundo as investigações, ele teria desviado mais de R$ 500 mil em menos de dois anos ao incluir nomes fictícios na folha de pagamento da prefeitura e transferir os salários para sua própria conta bancária.
O servidor, de 37 anos, foi detido preventivamente após uma investigação que começou em abril de 2023, quando a própria administração municipal identificou inconsistências na folha salarial e denunciou o caso à polícia.
Esquema fraudulento e ostentação nas redes
De acordo com o delegado Fernando Maciel, responsável pelo caso, o suspeito usava dados de pessoas fictícias e até mesmo de uma servidora falecida para manter o desvio de recursos. O dinheiro era transferido para contas controladas por ele, sem que houvesse qualquer prestação de serviço real.
Apesar de receber um salário líquido inferior a R$ 3 mil, o investigado exibia um padrão de vida incompatível com seus rendimentos. Nas redes sociais, ostentava viagens para destinos turísticos caros, como Gramado (RS), Porto de Galinhas (PE) e Rio de Janeiro (RJ), além de frequentar restaurantes de luxo em Brasília.
Apreensões e medidas da prefeitura
Durante a operação, policiais cumpriram mandados de prisão preventiva e busca e apreensão na residência do suspeito. Entre os bens apreendidos estão um carro de luxo e relógios de alto valor, que agora serão investigados para apuração de lavagem de dinheiro.
A Prefeitura de Goiandira informou, em nota oficial, que instaurou uma sindicância interna para determinar o montante exato desviado e que está colaborando integralmente com a Polícia Civil. O órgão também ressaltou que adotará todas as medidas legais para evitar novos casos de corrupção e garantir a recuperação do dinheiro público.
Crimes e penas
O servidor responderá, inicialmente, por peculato – crime que consiste no desvio de dinheiro público para benefício próprio –, cuja pena varia de 2 a 12 anos de reclusão. Além disso, será enquadrado por falsidade ideológica, que prevê pena de 1 a 5 anos de prisão.
As investigações seguem para apurar a possível participação de outros envolvidos e se houve prática de lavagem de dinheiro.