Canetas emagrecedoras falsificadas vendidas por até R$ 4.300 são apreendidas no Camelódromo de Goiânia
Apreensão revela esquema de falsificação de Mounjaro — medicamento de perder peso com novo uso aprovado pela Anvisa — e reforça os riscos do mercado paralelo

Uma operação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Militar de Goiás resultou na apreensão de 32 canetas injetáveis falsificadas, supostamente do medicamento Mounjaro (tirzepatida), cada uma vendida ilegalmente por R$ 4.300, no Camelódromo de Campinas, localizado no Setor Campinas, em Goiânia.
Os investigadores descobriram que as embalagens eram montadas no próprio local, reproduzindo o visual original do produto para enganar os consumidores, embora nenhum lote possuísse registro da Anvisa.
Um indivíduo foi preso e um adolescente apreendido. Outro membro envolvido permanece foragido. A ação evidencia a articulação de criminosos que se aproveitam da elevada procura pelo medicamento para lucro com riscos sérios à saúde pública.
O que é o Mounjaro e por que é alvo de falsificação?
- Mounjaro*, da Eli Lilly, é o nome comercial da tirzepatida, um tratamento injetável semanal aprovado inicialmente para diabetes tipo 2 e, desde junho de 2025, formalmente autorizado para controle de obesidade e sobrepeso com comorbidades pela Anvisa.
- A evolução da bula e a alta demanda tornaram o medicamento um alvo sensível ao circuito ilegal, motivado pela expectativa de lucro e dificuldade de acesso legal.
Legitimidade e preço de referência
O valor regulamentado no Brasil para o Mounjaro é consideravelmente inferior ao comercializado clandestinamente:
| Dosagem | Preço máximo (fora de programas promocionais) |
|---|---|
| 2,5 mg | R$ 1.907,29 |
| 5 mg | R$ 2.384,35 |
Os valores acima consideram o ICMS de 18% e são significativamente menores que os R$ 4.300 praticados no mercado paralelo.
Além disso, o Conselho Federal de Farmácia registrou preço máximo de R$ 3.627,82 para a caixa com quatro doses (um mês de tratamento), reforçando o desvio do valor real no comércio ilegal.
Alerta sobre os riscos à saúde
A Eli Lilly já havia emitido comunicado cautelando consumidores:
“Ao adquirir o produto sem prescrição médica ou em fontes não verificadas, o adquirente pode estar exposto a versões adulteradas que representam risco à sua saúde”.
O uso de medicamentos falsificados pode ocasionar reações graves, infecções e falhas na dosagem, além de comprometer tratamentos de obesidade e diabetes, inclusive com danos permanentes.
Repercussão e ações futuras
Essa apreensão demonstra como o crime organizado explora a carência e o apelo dos tratamentos modernos. A operação alertou para a necessidade urgente de fiscalização sólida, maior apoio à regulação farmacológica e conscientização da população sobre os perigos de adquirir medicamentos fora de fontes oficiais.
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