29 de janeiro de 2025
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Câmara Municipal de Goiânia Avalia Antecipação da Eleição da Mesa Diretora: Debate Político e Jurídico em Foco

Liderada pelo MDB, articulação busca alinhar interesses políticos e evitar possíveis interferências externas; antecipação ainda gera dúvidas jurídicas e estratégicas.
Henrique Alves (MDB): cogitado para sucessão de Romário Policarpo (PRD) (Diomício Gomes)

Menos de um mês após Romário Policarpo (PDT) ser reeleito para a presidência da Câmara Municipal de Goiânia, articulações lideradas pelo MDB sugerem antecipar a eleição da Mesa Diretora. Inicialmente marcada para 2026, a votação pode ser realizada já entre março e abril deste ano, ou no segundo semestre, aproveitando o momento de estabilidade política na capital.

A proposta vem sendo discutida em grupos internos de comunicação dos vereadores e já divide opiniões, com defensores alegando que a medida evitaria futuras interferências externas – como as do vice-governador Daniel Vilela (MDB), que pode assumir o governo de Goiás em 2026.


Conflito político e jurídico

O debate sobre a antecipação esbarra em questões legais. Decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) limitam o prazo de antecipação para, no máximo, um ano antes do mandato vigente. Casos semelhantes, como o da Assembleia Legislativa de Goiás, levaram à judicialização e à repetição de eleições.

Enquanto aliados de Policarpo buscam viabilizar a mudança, críticos apontam para o risco de desgaste político desnecessário. O decano da Casa, Anselmo Pereira (MDB), classificou o movimento como “precipitado”, destacando que “a Câmara precisa focar no início da gestão de Sandro Mabel e não em disputas internas”.


O papel do MDB e do prefeito Sandro Mabel

Com oito vereadores na Casa, o MDB demonstra forte interesse em liderar a Mesa Diretora no biênio 2027-2028. Henrique Alves (MDB), atual 1º secretário, é um nome cotado para a presidência, mas prefere cautela: “Se a eleição for antecipada, o ideal é que aconteça em outubro, com planejamento e alinhamento estratégico”, afirmou.

O prefeito Sandro Mabel (UB), por sua vez, afirmou não estar diretamente envolvido nas negociações e aguarda mais informações antes de se posicionar. “A prioridade deve ser o trabalho conjunto pelo bem de Goiânia”, declarou.


Contexto histórico e precedentes

Não é a primeira vez que a Câmara de Goiânia avalia antecipar eleições internas. Em 2021, Policarpo foi reeleito após uma mudança no regimento interno, o que gerou questionamentos judiciais. Na ocasião, o STF validou a decisão.

No cenário estadual, casos semelhantes ocorreram na Assembleia Legislativa. Em 2019, Lissauer Vieira antecipou sua reeleição para evitar influências externas. O movimento foi repetido em 2023 por Bruno Peixoto, com resultados semelhantes.


Especialistas analisam impactos da decisão

O advogado eleitoral Júlio Meirelles explicou que a antecipação, apesar de polêmica, é juridicamente viável, desde que respeite o regimento interno. “O legislativo tem autonomia, mas isso não o exime de questionamentos judiciais”, afirmou.

Por outro lado, Meirelles alertou para os riscos políticos: “Essas movimentações podem gerar divisões internas e desviar o foco das prioridades legislativas”.


Cenário futuro

A antecipação da eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Goiânia promete ser um dos temas mais debatidos neste início de gestão. Enquanto o MDB e outros aliados avaliam os benefícios estratégicos, críticos pedem moderação para evitar novos desgastes políticos e jurídicos.

Resta saber se a articulação será suficiente para alinhar interesses e garantir um consenso na Casa – ou se o tema resultará em mais uma disputa interna em meio ao início do mandato do prefeito Sandro Mabel.

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