Bar em Goiânia é flagrado furtando energia há dois anos e acumula prejuízo superior a R$ 50 mil à distribuidora

Com apoio da Polícia Militar e da Polícia Científica, operação da Equatorial Goiás identificou desvio de energia instalado antes do medidor.

Um bar localizado no Setor Sudoeste de Goiânia foi alvo de uma operação de fiscalização nesta segunda-feira (21), após suspeitas de irregularidades no consumo de energia elétrica. A ação foi conduzida pela Equatorial Goiás, distribuidora responsável pelo fornecimento no estado, com apoio da Polícia Militar e da Polícia Científica. O proprietário do estabelecimento foi preso em flagrante por furto qualificado.

A investigação começou após a concessionária detectar um padrão de consumo incompatível com a atividade exercida pelo estabelecimento. Enquanto bares de porte semelhante consomem, em média, energia com valor mensal superior a R$ 10 mil, o bar em questão vinha pagando entre R$ 1.500 e R$ 2 mil. O sinal definitivo da fraude veio com a fatura de junho, que registrou apenas R$ 30 de consumo — valor considerado tecnicamente impossível para um local com operação contínua e uso de equipamentos de refrigeração, iluminação e som.

Durante a inspeção técnica no local, os agentes constataram um desvio de energia instalado de forma clandestina antes do medidor. A estrutura, feita para burlar a aferição de consumo, permitia que a maior parte da energia utilizada sequer fosse contabilizada. A perícia da Polícia Científica confirmou a fraude, caracterizando o crime de furto de energia elétrica — tipificado no Código Penal Brasileiro como furto qualificado, passível de reclusão de até oito anos.

Prisão e consequências legais

O responsável pelo estabelecimento foi detido em flagrante e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil. O delegado plantonista lavrou o Auto de Prisão em Flagrante (APF) e estipulou fiança de R$ 8 mil, valor pago ainda no local. O empresário responderá ao processo em liberdade, mas poderá ser condenado judicialmente, com base nos prejuízos gerados e na gravidade da infração.

De acordo com estimativas iniciais da Equatorial Goiás, o desvio vinha ocorrendo há cerca de dois anos. O prejuízo acumulado ultrapassa os R$ 50 mil em perdas diretas, sem contar danos indiretos à infraestrutura e à confiabilidade da rede.

Fraudes impactam toda a população

Além do impacto financeiro para a distribuidora, o furto de energia provoca desequilíbrio no sistema elétrico e expõe usuários e trabalhadores ao risco de acidentes graves. Instalações irregulares, muitas vezes improvisadas e sem qualquer critério técnico, podem provocar curtos-circuitos, incêndios e choques elétricos, comprometendo a segurança tanto dos infratores quanto de terceiros.

A Equatorial Goiás informou, em nota, que mantém fiscalização contínua em toda a sua área de concessão, com o objetivo de identificar e coibir ligações clandestinas, adulterações em medidores e outras formas de fraude energética. “Combater o furto de energia é proteger a população e garantir a qualidade do fornecimento. Fraudes comprometem a rede, geram custos adicionais e afetam diretamente o consumidor regular”, afirmou a empresa.

Balanço das operações

Desde que assumiu a concessão no estado, a Equatorial intensificou as ações contra perdas não técnicas. Já foram realizadas 475 operações de campo, resultando em 289 prisões. Só em 2025, até julho, foram 181 operações, com 103 prisões registradas em flagrante.

A empresa também reforça que o combate ao furto de energia depende da colaboração da sociedade. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pela Central de Atendimento, pelo número 0800 062 0196.

Crime silencioso, risco real

Segundo especialistas em segurança energética, o furto de energia configura um crime silencioso, mas de alto impacto. Ele representa não apenas uma infração penal, mas uma ameaça direta à confiabilidade do sistema elétrico, à sustentabilidade da operação das concessionárias e, principalmente, à segurança de vizinhos e frequentadores dos locais fraudados.

Com a identificação de mais este caso, a Equatorial Goiás reforça o compromisso com a legalidade e a segurança da rede, alertando: “Energia elétrica não é apenas um serviço — é um direito coletivo que precisa ser protegido. E o furto, além de crime, coloca vidas em risco.”

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