21 de novembro de 2024
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Avanços no Tratamento do Câncer Triplo-Negativo e de Bexiga com Imunoterapia Oferecem Esperança a Pacientes

Estudos clínicos de fase 3 demonstram melhora significativa na sobrevida de pacientes com câncer de mama triplo-negativo e câncer de bexiga.
Médicos da Oncologia D’Or afirmam que esses trabalhos deverão ser incorporados rapidamente à prática médica em todo o mundo. (Foto da Internet)

A imunoterapia tem se consolidado como uma das abordagens mais promissoras no tratamento de cânceres difíceis, como o câncer de mama triplo-negativo e o câncer de bexiga. Ambos os tipos de câncer apresentam desafios significativos, especialmente em estágios avançados e de alto risco. Novos estudos clínicos de fase 3, como o KEYNOTE-522 e o NIAGARA, estão abrindo caminhos para melhorar as taxas de sobrevida global, oferecendo esperanças renovadas para pacientes e médicos.

Câncer de Mama Triplo-Negativo: Desafios e Esperanças

O câncer de mama triplo-negativo é um dos subtipos mais agressivos, frequentemente associado a alta taxa de recorrência e mortalidade precoce. A ausência dos receptores de estrogênio, progesterona e HER2 torna essa forma de câncer mais resistente aos tratamentos convencionais, deixando a quimioterapia como única opção viável. Contudo, novos avanços com imunoterapia estão mudando essa perspectiva.

O estudo KEYNOTE-522, de fase 3, avaliou a eficácia da imunoterapia com pembrolizumabe em combinação com quimioterapia em 1.174 mulheres com câncer de mama triplo-negativo localizado de alto risco. Das pacientes, 784 receberam pembrolizumabe, enquanto 390 receberam placebo.

Os resultados mostraram uma melhora substancial na sobrevida global das pacientes tratadas com a imunoterapia. Após cinco anos, a taxa de sobrevida global foi de 86,6% para o grupo que recebeu pembrolizumabe, em comparação com 81,2% no grupo placebo. Esse dado representa um avanço importante para o tratamento de um câncer que, até então, tinha opções limitadas.

Câncer de Bexiga: Um Novo Horizonte com Imunoterapia

Outro estudo clínico de grande relevância é o NIAGARA, também de fase 3, que avaliou o uso de durvalumabe em combinação com quimioterapia em pacientes com câncer de bexiga candidatos à cistectomia radical (remoção da bexiga). Tradicionalmente, o câncer de bexiga é tratado com quimioterapia antes da cirurgia, mas este estudo investigou a adição de imunoterapia ao protocolo.

Dos 1.063 pacientes envolvidos no estudo, 533 receberam durvalumabe em combinação com quimioterapia antes da cirurgia, enquanto 530 receberam apenas quimioterapia. Os resultados indicaram um aumento de 25% na sobrevida global no grupo que recebeu imunoterapia, mostrando uma clara vantagem na associação dos tratamentos.

Segundo a médica Mariana Bruno Siqueira, o estudo demonstrou que a imunoterapia antes da cirurgia não compromete a realização da cistectomia radical, concluída em 88% dos pacientes do grupo de imunoterapia e em 83% do grupo comparador.

Perspectivas para o Futuro da Oncologia

Esses estudos representam um marco na luta contra o câncer, provando que a imunoterapia combinada com quimioterapia pode oferecer resultados promissores, mesmo em casos de cânceres tradicionalmente difíceis de tratar. Com esses avanços, espera-se que a imunoterapia se torne cada vez mais parte integrante dos protocolos de tratamento oncológico, ampliando as chances de cura e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.


Fontes Consultadas:

  • Estudo Clínico KEYNOTE-522, New England Journal of Medicine
  • Estudo Clínico NIAGARA, The Lancet Oncology