21 de novembro de 2024
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A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) registrou um aumento de 135,7% no número de cargos comissionados em apenas um ano, atingindo um recorde histórico. Essa informação surge em meio a uma investigação em curso na Câmara Municipal.

Farra com dinheiro público: Comurg bate novo recorde de gastos com  comissionados - Brasil24Horas

Em meio à crise financeira e política, a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) atingiu um recorde de comissionados na gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), com um aumento de 135,7% em relação ao ano anterior, totalizando 355 servidores comissionados na folha de pagamento de março, gerando um gasto de R$ 2,64 milhões. Esse número de comissionados é superior ao registrado em outubro de 2021, quando havia 345 servidores nesta situação ao custo de R$ 1,89 milhão. A Comurg anunciou o corte de 90% dos comissionados em outubro de 2021, mas essas exonerações nunca ocorreram. A empresa contava com 231 servidores não efetivos em novembro e 312 em fevereiro. Entre os nomeados, estão ex-funcionários de vereadores de Goiânia e ex-comissionados em secretarias municipais, além da irmã de um assessor do prefeito. O número de comissionados representa 6,6% do total de servidores da Comurg, enquanto os gastos com a folha representam 9,9%. A Comurg emprega atualmente 5.368 pessoas.

Durante uma investigação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal para apurar supostas irregularidades na Comurg, o presidente da empresa, Alisson Borges, afirmou em depoimento no dia 22 de março que a legislação permitiria a contratação de até 700 comissionados, considerando o percentual em relação ao total de funcionários efetivos, e que o aumento atual se deve a uma reestruturação que ele implementou desde que assumiu a presidência em março do ano passado. Alisson destacou que foram criadas novas diretorias, incluindo a de Recursos Humanos, e um programa de conformidade que exigiu a contratação de profissionais específicos que não estavam no quadro de funcionários da empresa. Ele argumentou aos vereadores que um dos principais problemas na Comurg é o desvio de função, o que gerou um passivo trabalhista de R$ 92 milhões.

A Comurg é uma empresa pública de economia mista, com a Prefeitura de Goiânia como principal acionista, detendo 97% das ações. A empresa é responsável pelos serviços de limpeza urbana, coleta de lixo doméstico, manutenção de praças, canteiros e aterro sanitário da capital. A partir de 2022, a crise financeira agravou-se, afetando a qualidade dos serviços, principalmente no segundo semestre. Desde então, a Prefeitura tem tentado aumentar a receita da companhia. Entre as medidas adotadas está a contratação da empresa para serviços como construção de praças e reforma de prédios públicos, o que chamou a atenção dos membros da CEI pelo fato de a companhia ter recebido antecipadamente, mesmo sem ter iniciado os serviços. De acordo com levantamento, mais de R$ 16 milhões foram pagos dessa forma.