Adolescente Escapa de Sequestro e Estupro em Valparaíso de Goiás com Fuga de Carro em Movimento
Polícia Civil Indicia Suspeito por Estupro de Vulnerável e Sequestro; Homem Já É Investigado Por Outros Três Casos Semelhantes.
A madrugada do dia 1º de junho foi cenário de um crime hediondo e de um ato de bravura que ecoa por Valparaíso de Goiás, na Região do Entorno do Distrito Federal. Uma adolescente de apenas 13 anos, com uma coragem instintiva, conseguiu puxar o freio de mão de um carro em movimento e saltar do veículo, escapando de um sequestro e estupro. As imagens capturadas por câmeras de monitoramento foram cruciais para a investigação da Polícia Civil, que culminou no indiciamento do suspeito nesta quinta-feira, 12 de junho.
Os vídeos de segurança revelam o início do pesadelo: a jovem, ao deixar uma residência próxima ao seu condomínio, é observada por um carro branco. O veículo passa, mas, em um movimento premeditado, retorna e segue na mesma direção da adolescente. Embora o momento exato da abordagem não tenha sido gravado, a Polícia Civil confirmou que o criminoso, utilizando uma arma de fogo falsa, coagiu a vítima e a levou para um local próximo, onde o abuso sexual ocorreu.
A sequência seguinte das imagens é angustiante e, ao mesmo tempo, um testemunho da força de vontade da menina: em um ato desesperado, ela consegue abrir a porta do carro e se jogar, mesmo com o veículo ainda em movimento. Segundos depois, a comunidade local se mobiliza, com outras pessoas se aproximando rapidamente para prestar socorro à menina, que buscava ajuda desesperadamente, chocadas com a cena. Após ser resgatada, a vítima foi imediatamente encaminhada para exames médicos e perícia, que confirmaram o abuso sofrido.
A Prisão, o Silêncio e a Sombra de Outras Vítimas
A pronta atuação da Polícia Civil foi fundamental para a identificação e prisão em flagrante do suspeito. Inicialmente, ele foi detido por adulteração da placa do veículo, um indício de premeditação e tentativa de dificultar a identificação. Posteriormente, dada a gravidade dos fatos e a natureza do crime, sua prisão preventiva foi decretada pelo estupro de vulnerável. Durante o depoimento na delegacia, o homem optou por permanecer em silêncio, exercendo seu direito constitucional, o que, em muitos casos, é visto como um indicativo de ausência de colaboração.
As buscas realizadas pela polícia foram extensivas: na residência do suspeito, foram apreendidos um aparelho celular antigo e um pen drive, que serão submetidos à perícia em busca de mais provas. No interior do carro utilizado no crime, a equipe encontrou a arma falsa, uma máscara e outros objetos que, segundo a delegada responsável pela investigação, Samya Noleto, “indicam ser de outras vítimas”. A delegada também revelou um ponto divergente: embora o suspeito tenha afirmado conhecer a adolescente, a vítima negou veementemente qualquer intimidade ou conhecimento prévio. “Nas imagens, antes de segui-la, ele passa reto e depois volta seguindo, de forma que acreditamos que eles não se conheciam ou pelo menos não tinham intimidade”, pontuou Noleto, reforçando a natureza predatória da abordagem.
A investigação da Polícia Civil de Goiás foi concluída nesta quinta-feira, resultando no indiciamento do suspeito pelos crimes de estupro de vulnerável e sequestro. “Ele continua preso pelo mandado de prisão preventiva do estupro. O flagrante pela adulteração veicular foi convertido em liberdade provisória”, esclareceu a delegada Samya Noleto.
A dimensão da periculosidade do suspeito é ainda mais alarmante, pois a polícia está aprofundando as investigações sobre outros três casos de estupro que teriam o mesmo indivíduo como autor. Desses, dois também envolvem vítimas menores de 18 anos, o que configura estupro de vulnerável e agrava consideravelmente a situação jurídica do acusado. Essa série de ocorrências sublinha a urgência do trabalho policial e da Justiça na proteção de crianças e adolescentes contra agressores em série.
A defesa do suspeito, por meio de nota, informou que se manifestará nos autos do processo, confiando em um julgamento justo e na aplicação do direito à ampla defesa. A nota acrescenta que, em caso de eventual condenação, a pena deverá ser proporcional ao que a lei define. O caso ressalta a importância vital da vigilância comunitária, da denúncia imediata e do amparo às vítimas para que a violência contra os mais vulneráveis seja combatida com rigor.
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