Adolescente de 15 anos morre após brincadeira de “lutinha” em Formoso; causas ainda são investigadas
Vítima sofreu parada cardiorrespiratória após levar um soco leve na costela durante interação entre amigos; delegado afirma não haver indícios de crime e aguarda laudo para esclarecer causa da morte

Um adolescente de 15 anos morreu após participar de uma brincadeira conhecida como “lutinha”, na praça central de Formoso, cidade localizada no norte de Goiás. O episódio, registrado na noite de quarta-feira (14), mobilizou a Polícia Militar e a Polícia Civil, e provocou comoção entre moradores. Segundo o delegado responsável pelo caso, Luciano Santos, o golpe que antecedeu a morte foi um soco na região das costelas, aparentemente sem força ou intenção agressiva.
De acordo com os relatos apurados pelas autoridades, o adolescente estava acompanhado de dois amigos, de 16 e 19 anos, com quem mantinha amizade desde a infância. O trio estaria na praça localizada em frente à sede da Prefeitura de Formoso e, momentos antes do ocorrido, havia feito uso de entorpecentes. Em seguida, iniciaram a brincadeira de simulação de lutas corporais.
Inicialmente, a vítima teria enfrentado o jovem de 19 anos. Na sequência, o adolescente de 16 anos assumiu a vez e, durante a ação, desferiu um soco na costela do amigo. O adolescente se queixou de dores no peito e, pouco depois, desmaiou no chão.
Os próprios amigos acionaram socorro imediatamente. Uma ambulância do município chegou ao local e encaminhou o jovem a uma unidade de saúde local, onde a equipe médica apenas pôde constatar o óbito.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Porangatu, que identificou como causa da morte uma parada cardiorrespiratória resultante de arritmia. O delegado Luciano Santos destaca que ainda não é possível afirmar que o golpe tenha causado diretamente a morte. A Polícia Civil aguarda o laudo pericial completo para avaliar se houve correlação entre o impacto físico e a falência cardíaca.
“Não houve flagrante nem autuação, porque não se identificou, até o momento, nenhum ato infracional. Os três eram amigos próximos, e o soco foi dado sem intensidade significativa, sem qualquer marca visível no corpo da vítima. Tudo indica que foi uma infeliz coincidência ou que havia uma condição clínica pré-existente”, explicou o delegado em entrevista.
A investigação, segundo a autoridade policial, caminha no sentido de esclarecer os fatos com base em evidências técnicas e testemunhais. Ainda conforme o delegado, não se observou dolo (intenção de matar) nem mesmo imprudência configurada juridicamente.
“Não há, neste momento, como afirmar que se tratou de homicídio culposo. Para isso, seria necessário que houvesse previsibilidade de risco no ato praticado, o que não é o caso, dado o contexto de uma brincadeira entre amigos, com um golpe sem força significativa”, concluiu.
Os dois jovens que participaram da ação foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento e, após os esclarecimentos iniciais, foram liberados.
A morte repentina do adolescente, cuja identidade não foi divulgada a pedido da família, gerou luto e perplexidade na cidade. A comunidade escolar da qual ele fazia parte prestou homenagens e mensagens de solidariedade à família, que agora aguarda o resultado da perícia definitiva para compreender o que teria levado à trágica e inesperada perda.
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