Prefeitura de Goiânia inicia licitação para reestruturar gestão do IMAS diante de déficit bilionário
Município busca empresa especializada em saúde suplementar para reorganizar o plano dos servidores, enfrentar passivo superior a R$ 200 milhões e recuperar a capacidade de atendimento da rede credenciada
A Prefeitura de Goiânia deu início a um processo de licitação para contratar uma empresa especializada na gestão de planos de saúde com o objetivo de promover uma reestruturação profunda no Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (IMAS). A medida ocorre em meio a um quadro financeiro considerado crítico, marcado por déficit acumulado, dívidas expressivas com prestadores e recorrentes queixas de usuários sobre restrições de atendimento.
A iniciativa foi confirmada pelo prefeito Sandro Mabel, que reconheceu publicamente a fragilidade do modelo atual de funcionamento do plano. Segundo ele, o desequilíbrio financeiro compromete o pagamento de procedimentos médicos, exames e consultas, afetando diretamente servidores municipais e seus dependentes. Estimativas internas apontam para um passivo superior a R$ 200 milhões, valor que, na avaliação da gestão, tornou o sistema insustentável nos moldes vigentes.
De acordo com o prefeito, a licitação não implica privatização do IMAS, mas a contratação de uma consultoria ou operadora com experiência comprovada na administração de sistemas de saúde suplementar, especialmente em contextos de crise. A intenção é incorporar know-how técnico capaz de revisar contratos, fluxos financeiros, critérios de custeio e práticas administrativas, mantendo o controle institucional e estratégico sob responsabilidade do município.
A proposta prevê que a empresa vencedora atue na reorganização financeira e operacional do instituto, realizando auditorias, análises de risco e reavaliação do modelo de contribuição dos usuários. Mabel destacou que a distorção entre valores pagos e volume de utilização do plano é um dos principais fatores do déficit, citando situações em que contribuições reduzidas cobrem grupos familiares extensos com alto consumo de serviços médicos.
Nesse contexto, a administração municipal não descarta ajustes nas mensalidades e coparticipações. Segundo o prefeito, eventuais mudanças deverão ser embasadas em estudos técnicos, com o objetivo de estabelecer uma estrutura tarifária mais equilibrada. A expectativa é que, com a revisão do modelo, alguns usuários possam ter redução de custos, enquanto outros poderão arcar com valores maiores, conforme o perfil de uso e cobertura.
A crise do IMAS tem sido alvo de críticas constantes de servidores, que relatam descredenciamento de clínicas, atrasos em autorizações e limitações no acesso a procedimentos, reflexo direto da inadimplência junto à rede prestadora. Para a gestão municipal, a licitação representa uma tentativa decisiva de evitar o colapso do plano e restabelecer a confiança dos beneficiários e fornecedores.
O edital já foi publicado, com critérios técnicos e jurídicos definidos para a escolha da empresa especializada. A Prefeitura ainda não divulgou o cronograma para conclusão do certame nem para a implementação das mudanças estruturais, mas afirma que o processo será conduzido sob rigor técnico e transparência, diante da relevância social e financeira do IMAS para o funcionalismo municipal.
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