Câmeras registram retirada irregular de merenda escolar em unidade municipal de Aparecida de Goiânia
Imagens internas apontam movimentação coordenada de alimentos do estoque da Escola Municipal Wilsonina de Fátima.
Imagens captadas por câmeras de segurança da Escola Municipal Wilsonina de Fátima, em Aparecida de Goiânia, revelam uma retirada atípica e organizada de alimentos do estoque da unidade, levantando suspeitas de desvio de merenda escolar. A filmagem, registrada às 9h37 desta quinta-feira (18), passou a circular entre autoridades e motivou a adoção de providências administrativas e investigativas.
No material audiovisual, é possível observar um grupo de mulheres, identificadas como funcionárias da unidade, retirando caixas que aparentam conter produtos lácteos das prateleiras do almoxarifado. Os itens são colocados em um carrinho de supermercado, preenchido gradualmente enquanto outras pessoas transitam pelo local, algumas delas interagindo com as envolvidas, sem qualquer indicativo de intervenção ou questionamento.
Com o carrinho completamente carregado, as caixas são conduzidas até um cômodo adjacente, cujo interior não é alcançado pelas câmeras. Pouco depois, o vídeo mostra diversas mulheres saindo do ambiente com os produtos em mãos, em uma sequência que sugere distribuição interna dos alimentos. Parte dos itens é colocada em sacolas; outros são guardados em armários.
As imagens finais registram uma das mulheres, vestida de azul, caminhando pelo estacionamento da escola com sacolas e caixas, deixando o local pelo portão principal da unidade. Não há, nas gravações, indícios de autorização formal, registro de saída de materiais ou acompanhamento por responsável técnico pelo estoque.
Especialistas em gestão pública e controle de políticas educacionais ouvidos pela reportagem apontam que a merenda escolar é protegida por normas rigorosas, com rastreabilidade, controle de entrada e saída e destinação exclusiva aos estudantes. Qualquer retirada fora dos protocolos pode caracterizar irregularidade administrativa e, a depender da apuração, ilícitos de natureza civil ou penal, especialmente quando envolve recursos vinculados à educação básica.
A Secretaria Municipal de Educação foi procurada para esclarecer se os produtos estavam vencidos, destinados a descarte, redistribuição emergencial ou se havia ordem administrativa formal para a movimentação registrada. Até a última atualização, não houve manifestação oficial detalhando o contexto das imagens. Órgãos de controle e fiscalização devem analisar o conteúdo para verificar responsabilidades individuais, eventuais falhas de supervisão e a extensão do dano ao erário.
O episódio reacende o debate sobre transparência, controle interno e proteção de políticas públicas essenciais, sobretudo em um cenário em que a merenda escolar representa, para muitos alunos, garantia nutricional fundamental. A apuração segue, e eventuais medidas dependerão da conclusão técnica e jurídica dos fatos.
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