Cesta básica fica mais barata em 24 capitais e confirma alívio no orçamento das famílias brasileiras
Levantamento Conab–Dieese indica recuo consistente nos preços de alimentos essenciais entre outubro e novembro, impulsionado pela forte safra agrícola, maior oferta de hortifrutis e queda internacional do açúcar.

A cesta básica registrou redução de preços em 24 das 27 capitais brasileiras entre outubro e novembro, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em parceria com o Dieese. O movimento de deflação, observado de forma disseminada pelo país, foi puxado sobretudo por itens fundamentais na mesa dos brasileiros, como arroz, tomate, açúcar, leite integral e café em pó.
As maiores quedas mensais ocorreram em Macapá (-5,28%), Porto Alegre (-4,10%), Maceió (-3,51%), Natal (-3,40%) e Palmas (-3,28%). Apenas Rio Branco (0,77%), Campo Grande (0,29%) e Belém (0,28%) apresentaram leves avanços.
Para a Conab, o comportamento dos preços reflete o impacto simultâneo de uma safra recorde de grãos, maior disponibilidade de hortifrutis em fase de maturação e recuos no mercado internacional de açúcar. “O consumidor está sentindo o efeito de políticas que fortaleceram a produção e o abastecimento. Vivemos um período de ampla oferta, com produtos de qualidade chegando ao varejo com preços mais acessíveis”, afirma o presidente da companhia, Edegar Pretto.
Diferenças regionais e custo final ao consumidor
As capitais nordestinas seguem com os menores valores médios do país: Aracaju (R$ 538,10), Maceió (R$ 571,47), Natal (R$ 591,38), João Pessoa (R$ 597,66) e Salvador (R$ 598,19). A cesta nessas regiões tem composição diferenciada, refletindo hábitos alimentares particulares.
No extremo oposto, São Paulo lidera como a capital mais cara (R$ 842,26), seguida por Florianópolis (R$ 800,68), Cuiabá (R$ 789,98), Porto Alegre (R$ 789,77) e Rio de Janeiro (R$ 783,96), onde custos logísticos e padrão de consumo influenciam os valores.
Arroz e tomate: impacto direto no bolso
O arroz agulhinha apresentou retração em todas as cidades pesquisadas, com quedas entre -10,27% em Brasília e -0,34% em Palmas. A ampla oferta de grãos favoreceu o recuo uniforme.
O tomate registrou uma das reduções mais expressivas do mês, consequência da fase de maturação e do aumento da produção. As quedas variaram de -27,39% em Porto Alegre a -3,21% em Boa Vista.
Açúcar, leite e café seguem tendência de queda
O preço do açúcar diminuiu em 24 capitais, reflexo do aumento da oferta durante a safra e do recuo nas cotações internacionais. O maior barateamento foi registrado em Boa Vista (-6,22%) e Aracaju (-6,09%).
O leite integral também ficou mais barato em 24 cidades, influenciado pela abundância na produção e pela entrada de derivados importados. Porto Alegre (-7,27%) liderou a redução.
Já o café em pó caiu em 20 capitais, com destaque para São Luís (-5,09%), Campo Grande (-3,39%) e Belo Horizonte (-3,12%). A combinação de produtividade elevada e desaceleração de exportações contribuiu para o movimento.
Pesquisa ampliada fortalece políticas públicas
A integração entre Conab e Dieese permitiu expandir a coleta de preços de 17 para 27 capitais, aprimorando o monitoramento do abastecimento nacional. O estudo reforça diretrizes da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e da Política Nacional de Abastecimento Alimentar, oferecendo ao poder público dados mais robustos para orientar decisões.
Com a queda generalizada nas principais capitais, o mês de novembro consolida um cenário de maior previsibilidade e acesso aos alimentos básicos, proporcionando alívio especialmente para as famílias de menor renda.
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