Agressão a médica em unidade de urgência expõe fragilidades no atendimento a custodiados em Aparecida de Goiânia
Mulher condenada por homicídio, em regime semiaberto e sem tornozeleira eletrônica, ataca profissional na UPA do Parque Flamboyant; GCM intervém e caso é tratado como lesão corporal grave.
A agressão a uma médica dentro da UPA do Parque Flamboyant, em Aparecida de Goiânia, reacendeu o debate sobre a proteção dos profissionais de saúde e o monitoramento de pessoas que cumprem pena em regime semiaberto. O episódio, registrado na noite de terça-feira (25), envolveu uma mulher condenada por homicídio que deveria estar usando tornozeleira eletrônica — dispositivo que não foi encontrado no momento da abordagem — e que buscava atendimento na unidade quando atacou a profissional.
Segundo o Registro de Ocorrência, a paciente já havia sido chamada cinco vezes pelo painel eletrônico e por aviso verbal, sem comparecer ao consultório. Depois, dirigiu-se até uma enfermaria onde a médica dava andamento à internação de outra paciente. A agressora questionou se havia sido convocada e, ao ser orientada a retornar à recepção para aguardar o atendimento com o médico designado naquele horário, reagiu de forma violenta.
De acordo com o relato da vítima, a mulher bloqueou a porta, impediu a circulação da equipe, elevou o tom de voz e exigiu atendimento imediato. Na tentativa de impedir que a médica retomasse as atividades no consultório, desferiu duas cabeçadas no rosto da profissional. A reação rápida da Guarda Civil Municipal, que atua de plantão na unidade, evitou a continuidade da agressão e garantiu a retomada dos atendimentos emergenciais.
Após ser contida, a agressora foi conduzida ao 4º Distrito Policial do Garavelo, onde o caso foi formalizado como lesão corporal grave, com base no Art. 129, §1º, inciso I, do Código Penal. A médica passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), e a investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil, que também vai apurar o descumprimento das regras do regime semiaberto e a ausência da tornozeleira eletrônica.
Segurança reforçada e alerta às unidades de saúde
A Prefeitura de Aparecida declarou que não tolera qualquer forma de violência contra profissionais de saúde e reforçou que unidades de urgência e emergência contam com videomonitoramento, botão de pânico e presença fixa da GCM. A administração municipal avalia que episódios como este revelam a necessidade de protocolos ainda mais rígidos para identificar e monitorar pacientes custodiados ou em cumprimento de pena que buscam atendimento de urgência.
A Secretaria Executiva de Segurança Pública e a direção da unidade de saúde devem revisar, em conjunto, fluxos de triagem e procedimentos de segurança, especialmente em áreas de alta demanda, como enfermarias e consultórios de pronto atendimento, onde o grande volume de usuários e a diversidade de perfis tornam mais complexa a prevenção de riscos.
O caso também reforça a preocupação recorrente de conselhos profissionais e entidades médicas sobre a escalada de violência nas unidades de saúde, tema que mobiliza discussões nacionais e pressiona por políticas permanentes de prevenção, capacitação de equipes e integração entre saúde e segurança pública.
A investigação da Polícia Civil deve detalhar as circunstâncias que permitiram a entrada da agressora sem monitoramento adequado e definir eventuais responsabilizações. Enquanto isso, a rede de saúde do município tenta restabelecer a rotina, marcada agora por um episódio que evidencia o crescente desafio de garantir condições seguras de trabalho aos profissionais que atuam na linha de frente do atendimento emergencial.
Tags: #SegurançaPública #Saúde #AparecidaDeGoiânia #Violência #UPA #GCM

