Furto de equipamento de colonoscopia expõe vulnerabilidades na segurança hospitalar em Goiânia
Homem é registrado por câmeras ao retirar aparelho avaliado em R$ 70 mil de hospital particular; Polícia Civil investiga possível atuação de quadrilha especializada em furtos de endoscópios no país.
A Polícia Civil de Goiás investiga o furto de um equipamento de colonoscopia no Hospital São Francisco de Assis, em Goiânia, após câmeras internas registrarem a ação de um homem que circulou pela unidade sem identificação formal. As imagens mostram o suspeito vestindo camisa azul, calça preta e óculos escuros enquanto acessa a área destinada à realização de exames, retira o equipamento e deixa o hospital carregando o aparelho aparentemente escondido sob um casaco e um capacete.
O aparelho furtado — avaliado em aproximadamente R$ 70 mil — é um dos três utilizados pela instituição e compõe um conjunto de tecnologia essencial para diagnósticos gastrointestinais. Segundo o diretor-técnico do hospital, Pedro Frota, o equipamento estava instalado no setor de emergência, área que recebe fluxo contínuo de pacientes e profissionais. O furto ocorreu durante o intervalo de almoço de parte da equipe, momento em que o hospital também realizava exames.
O desaparecimento só foi notado dias depois, quando profissionais perceberam que o aparelho não retornara da suposta manutenção interna. A constatação gerou impacto direto na capacidade operacional da unidade. “A redução pode chegar a 30% nos atendimentos, especialmente nos procedimentos de urgência”, afirmou Frota.
Suspeita de atuação de quadrilha especializada
A direção do hospital trabalha com a hipótese de que o furto integre um circuito maior de crimes envolvendo equipamentos endoscópicos. Segundo Frota, há registros semelhantes em outras instituições da capital, o que reforça o alerta ao setor privado de saúde. A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg) confirmou que outra unidade, o Hospital do Coração, também teve um equipamento de colonoscopia subtraído recentemente.
Entidades representativas do setor têm demonstrado preocupação com o avanço desse tipo de crime. Os aparelhos, de alto valor agregado e demanda crescente no mercado clandestino, têm sido alvo de quadrilhas que atuam em diversas regiões do país, segundo relatos de gestores hospitalares. A facilidade de transporte dos equipamentos e a revenda para clínicas informais ampliam a vulnerabilidade das instituições de saúde.
Falha de acesso é alvo de sindicância interna
O hospital instaurou sindicância interna para apurar como o homem conseguiu circular sem ser barrado pelos protocolos de identificação, considerados rígidos pela unidade. Frota afirma que todos os visitantes devem passar por cadastro e controle de acesso. A investigação interna tentará mapear o trajeto do suspeito e identificar eventuais brechas no sistema de vigilância.
Caso está com a Polícia Civil
Um boletim de ocorrência foi registrado no 1º Distrito Policial de Goiânia, que já recebeu as imagens de videomonitoramento. A delegacia tenta identificar o homem e apurar se o caso está ligado a outros furtos recentes na capital.
A Ahpaceg, por nota, reforçou que acompanha a apuração e espera que o caso resulte em medidas preventivas mais robustas para toda a rede hospitalar, diante da recorrência desse tipo de crime no estado.
O hospital, por sua vez, afirma que seguirá cooperando com as investigações e reavaliando seus protocolos de acesso, vigilância e armazenamento de equipamentos de alto valor. O caso se soma a um conjunto de ocorrências que reacendem o debate sobre a segurança patrimonial e estrutural dos hospitais privados em Goiás.
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