5 de dezembro de 2025
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Jovem de 19 anos foi encontrada morta na Cidade de Goiás após sair com um amigo para uma piscina natural.

Suspeito está preso preventivamente. Comunidade acadêmica e movimentos sociais transformam luto em luta por respeito e visibilidade às pessoas trans.
Morgana Clemente Ferreira Silva, de 19 anos, estava desaparecida desde domingo (Arquivo pessoal / Flora Alves Ruiz)

A brutal morte de Morgana Clemente Ferreira Silva, de 19 anos, reacendeu o debate sobre a violência contra mulheres e pessoas trans em Goiás. A jovem foi encontrada morta na região do Poço Sota, uma formação natural do Rio Bacalhau, na Cidade de Goiás. O principal suspeito do crime, um jovem de 18 anos que havia sido visto com ela momentos antes do desaparecimento, está preso preventivamente por feminicídio.

Segundo a Polícia Civil, Morgana foi vista pela última vez ao sair de uma lanchonete acompanhada do suspeito, onde havia se encontrado com amigos. Câmeras de segurança registraram os dois deixando o local juntos. De acordo com o delegado Gustavo Cabral, responsável pela investigação, o homem retornou sozinho horas depois e apresentou versões contraditórias sobre o paradeiro da jovem.

A perícia criminal confirmou que Morgana sofreu um golpe com instrumento cortante no abdômen, indicando forte indício de violência intencional. Ainda segundo a polícia, o suspeito levou os investigadores até o local onde o corpo foi encontrado e demonstrou ausência de qualquer emoção diante da vítima. A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva, e o caso segue sob investigação.


Símbolo de resistência e luta

A tragédia que tirou a vida de Morgana provocou uma onda de indignação e solidariedade na Cidade de Goiás. Ex-aluna do Instituto Federal de Goiás (IFG), onde cursou Design Têxtil, Morgana era reconhecida por sua sensibilidade artística, generosidade e força diante das dificuldades.

A ex-professora de artes do IFG, Flora Alves Ruiz, iniciou uma ação de homenagem e conscientização intitulada “Morgana Presente — Direito à Diversidade”, que visa transformar o luto coletivo em mobilização permanente contra a transfobia.

“Estamos imprimindo camisetas gratuitamente para quem quiser participar. É um ato simbólico e de resistência. O Brasil precisa sair dessa estatística vergonhosa de país que mais mata mulheres trans. Que o nome da Morgana se torne um grito por vida e respeito”, afirmou Flora, que coordena o projeto no Laboratório de Serigrafia do IFG — Campus Cidade de Goiás.

A amiga e ativista Iara Celeste destacou o caráter acolhedor da vítima:

“Morgana era uma pessoa de alma leve. Mesmo enfrentando preconceitos, mantinha o sorriso e a vontade de ajudar. Era forte, doce e inspiradora.”


Repercussão institucional e apelo por justiça

Em nota oficial, a Prefeitura de Goiás, por meio da Secretaria Municipal de Mulheres, Juventude e Direitos Humanos, lamentou profundamente o crime e cobrou agilidade na investigação. “Esperamos que a justiça prevaleça e que o caso seja esclarecido com rigor. Toda forma de violência contra mulheres e pessoas trans é intolerável”, destacou o comunicado.

O Instituto Federal de Goiás (IFG) também homenageou a ex-aluna, ressaltando sua trajetória acadêmica e a importância de seu legado na comunidade escolar. A instituição reforçou o compromisso com políticas de diversidade e enfrentamento à violência de gênero.

A União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci) expressou condolências à família — Morgana era filha e sobrinha de associados. “Manifestamos nossos sentimentos à família e amigos, e confiamos no trabalho policial para garantir que a verdade seja apurada e a justiça feita”, informou a entidade.


Violência de gênero e transfobia em Goiás

O caso de Morgana reforça uma estatística alarmante: o Brasil continua liderando o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans, segundo a Transgender Europe (TGEU). Goiás figura entre os estados que mais registram crimes de ódio e feminicídios, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Especialistas apontam que a combinação de violência de gênero, discriminação e negligência institucional mantém o país em um ciclo de impunidade. Organizações civis e acadêmicas defendem que o assassinato de Morgana seja tratado não apenas como um crime individual, mas como reflexo de uma estrutura social excludente e violenta.


O nome de Morgana Clemente se tornou símbolo de uma luta que vai além da tragédia pessoal — representa o clamor por vida, dignidade e respeito à diversidade humana. A mobilização social em torno de sua memória marca um passo importante na defesa dos direitos das mulheres e da população LGBTQIA+ em Goiás e no Brasil.

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Marcus

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