Entregador morre após ser atropelado por caminhão em Goiânia enquanto seguia entre dois trabalhos
Douglas Rodrigues, de 29 anos, perdeu o controle da motocicleta durante ultrapassagem na Avenida Anhanguera e foi atingido por veículo de carga. Jovem pai conciliava jornadas exaustivas para sustentar o filho de um ano.
Um grave acidente de trânsito vitimou fatalmente o entregador Douglas Rodrigues, de 29 anos, na manhã desta segunda-feira (28), em um trecho da Avenida Anhanguera, no Setor Santos Dumont, em Goiânia (GO). De acordo com a Polícia Civil, Douglas caiu da motocicleta ao tentar uma manobra de ultrapassagem e foi atingido pelas rodas traseiras de um caminhão. Ele morreu no local, antes da chegada dos serviços de emergência.
A tragédia expôs novamente a realidade dos trabalhadores informais e subcontratados que conciliam múltiplas ocupações em jornadas exaustivas. Segundo relatos de uma amiga próxima, Amanda Costa, Douglas acabava de sair de seu primeiro emprego, em um frigorífico, e se dirigia ao segundo turno de entregas por aplicativo — rotina que havia adotado para sustentar sozinho o filho de apenas um ano.
“Era um menino alegre, forte, que nunca fugiu da luta. Estava se desdobrando por conta do filho”, disse Amanda, visivelmente abalada.
Dinâmica do acidente e apuração
A Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (DICT) apura as circunstâncias do acidente. Informações preliminares indicam que o entregador tentou ultrapassar o caminhão por uma das faixas da avenida, mas perdeu o controle da direção e caiu exatamente sob o penúltimo eixo do veículo de carga, o que impediu qualquer possibilidade de reação por parte do condutor do caminhão.
A Perícia Técnica Científica foi acionada para levantar elementos que confirmem a velocidade, condições da via e eventual presença de fatores externos, como buracos ou desníveis, que possam ter contribuído para o acidente. O motorista do caminhão, conforme apurado, permaneceu no local e colaborou com as autoridades.
Pressão sobre trabalhadores de aplicativo e precarização das condições
A morte de Douglas se insere em um contexto de crescente preocupação com as condições de trabalho dos entregadores por aplicativo, especialmente em grandes centros urbanos como Goiânia. Sem garantias trabalhistas, seguro de vida ou cobertura de saúde adequada, esses profissionais enfrentam longas jornadas, estresse físico e emocional, além de riscos contínuos no trânsito.
Segundo levantamento recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os entregadores de aplicativo estão entre os mais expostos a acidentes fatais no trânsito urbano brasileiro, e a maioria atua sem vínculo formal, dependendo exclusivamente do volume de entregas para obter renda mínima.
Consequências e despedida
O corpo de Douglas foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) por volta das 13h. Ainda não havia, até a publicação desta matéria, informações confirmadas sobre horário e local do velório e sepultamento.
Familiares e amigos organizam, de maneira solidária, uma vaquinha virtual para custear o funeral e oferecer apoio ao filho pequeno da vítima. A mobilização nas redes sociais reflete o luto coletivo diante de mais um episódio em que a busca pela subsistência terminou em tragédia.
Fontes consultadas:
- Polícia Civil de Goiás
- Delegacia Especializada em Crimes de Trânsito (DICT)
Tags: #AcidenteDeTrânsito #Goiânia #Motofrete #TrabalhoPrecário #DouglasRodrigues #AvenidaAnhanguera #MobilidadeUrbana #SegurançaNoTrânsito #Entregadores

