Ex-secretário de Saúde de Cachoeira Alta é preso por falsificação de receitas médicas
Polícia Civil desmantela esquema que envolvia o uso indevido de carimbos e assinaturas de médico desligado do hospital desde 2014.

A Polícia Civil de Goiás prendeu na última quinta-feira (19) o ex-secretário de Saúde de Cachoeira Alta, no oeste goiano, sob a suspeita de emitir receitas médicas e atestados falsos utilizando o carimbo e a assinatura de um médico que não trabalha no Hospital Municipal da cidade desde 2014. O suspeito, que também é enfermeiro, aproveitava-se de seu cargo e influência para praticar o crime, que veio à tona após a denúncia de farmácias locais.
O esquema de falsificação
De acordo com a Polícia Civil, o ex-secretário se apropriava dos carimbos e da assinatura do médico para emitir documentos fraudulentos, como atestados médicos e receitas de medicamentos controlados. As investigações apontaram que os documentos falsificados datam de 2014, 2015, 2023 e 2024, indicando a longa duração do esquema.
As farmácias da região tiveram um papel crucial no caso, colaborando com as autoridades ao entregar cerca de oito receituários suspeitos. O médico cujo nome era utilizado afirmou desconhecer o uso indevido de sua assinatura, sendo ele também uma vítima no caso.
Repercussão e medidas
A Prefeitura de Cachoeira Alta afirmou, em nota enviada à TV Anhanguera, que só tomou conhecimento do esquema após a prisão do ex-secretário. Segundo o comunicado, a administração municipal não compactua com práticas que violam a ética e os princípios do serviço público e já iniciou uma investigação interna para apurar responsabilidades e tomar medidas necessárias. O enfermeiro foi desligado de forma imediata.
Crime e punição
O ex-secretário foi conduzido à sede da Polícia Civil, onde foram realizados os procedimentos legais. Ele deve responder pelo crime de falsificação de documento público, previsto no Artigo 297 do Código Penal, cuja pena pode variar de dois a seis anos de reclusão, além de multa.
O delegado responsável pelo caso destacou a gravidade da situação. “Trata-se de um crime que coloca em risco a saúde e a segurança da população, além de representar um abuso de confiança por parte de um servidor público”, afirmou.
Impactos na saúde pública
O caso evidencia a necessidade de maior controle e fiscalização no uso de documentos e carimbos em hospitais e unidades de saúde, especialmente em cargos de gestão. Além dos riscos à saúde dos pacientes, que podem ser submetidos a medicamentos inadequados, práticas como essa enfraquecem a credibilidade dos serviços públicos.
A Polícia Civil segue investigando se outras pessoas estão envolvidas no esquema ou se houve impacto direto nos atendimentos à população.
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