Vazio Sanitário do Algodão começa no próximo domingo em Goiás para combate ao Bicudo-do-Algodoeiro
Medida abrange 89 municípios da Região 4 e visa controlar a praga que ameaça lavouras de algodão no Estado
No próximo domingo, dia 10 de novembro, inicia-se o vazio sanitário do algodão na Região 4 de Goiás, abrangendo 89 municípios onde o cultivo do algodoeiro é praticado de forma extensiva. A medida segue as diretrizes da Instrução Normativa nº 04/2019, da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que estabelece medidas rigorosas para a prevenção e controle do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), uma das pragas mais devastadoras para essa cultura.
O que é o vazio sanitário e por que ele é necessário?
O vazio sanitário é o período em que a ausência de plantas de algodão nas lavouras é obrigatória, bem como de qualquer vegetação que possa servir de abrigo ou alimento para o bicudo-do-algodoeiro. A determinação abrange não só o algodão cultivado, mas também plantas voluntárias (tigueras) e rebrotadas (soqueiras) que apresentem estruturas reprodutivas. A medida inclui ainda a eliminação de resíduos de lavouras anteriores, a limpeza de instalações e o transporte seguro de caroço e algodão em caroço, evitando quedas que possam gerar germinações indesejadas.
Além de interromper o ciclo de vida da praga, a eliminação desses resíduos previne que focos de infestação se proliferem no início da próxima safra. O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, destacou a importância do cumprimento dessas práticas, especialmente nas regiões de pecuária intensiva, onde o caroço de algodão é usado como suplemento alimentar para o gado. “A atenção deve se estender às áreas de confinamento bovino e empresas que transportam o caroço de algodão. É crucial que essas operações evitem qualquer risco de contaminação ambiental e germinação indesejada,” ressaltou Ramos.
Fiscalização rigorosa para garantir o cumprimento
A partir do início do vazio sanitário, equipes de fiscalização da Agrodefesa estarão em campo para inspecionar as propriedades e garantir a destruição dos restos culturais dentro do prazo, que é de até 15 dias após a colheita. A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, enfatizou que a eliminação deve ocorrer tanto em áreas produtivas quanto em locais como armazéns, transportadoras e instalações de processamento de algodão.
A inspeção se estende também a faixas de domínio em estradas, margens de rodovias e carreadores situados em propriedades agrícolas. “Os produtores devem estar atentos às margens de rodovias e trilhas dentro e fora de suas propriedades, e assegurar que não haja restos de algodão nessas áreas”, orientou Rézio. Ela também destacou que cargas de algodão e caroço devem estar bem acondicionadas para evitar derramamentos durante o transporte, além de ser necessária a limpeza adequada dos veículos após o descarregamento para impedir futuras germinações.
Sanções e punições
Os produtores que descumprirem as exigências do vazio sanitário estarão sujeitos a sanções administrativas, que podem incluir multas e outras penalidades previstas pela legislação fitossanitária estadual. A Agrodefesa alerta que essas normas são fundamentais para a proteção da cadeia produtiva do algodão e a sustentabilidade econômica da cultura no Estado, especialmente diante dos prejuízos significativos que o bicudo pode causar.
Situação nas demais regiões de Goiás
As outras regiões de cultivo de algodão em Goiás (Regiões 1, 2 e 3) já iniciaram seus respectivos períodos de vazio sanitário em setembro e devem concluí-los ainda em novembro. Quanto ao plantio da nova safra, as datas de semeadura variam conforme a região, iniciando-se no dia 20 de novembro para a Região 3 e estendendo-se até 21 de janeiro de 2025 para a Região 4.
A importância do vazio sanitário para o agronegócio em Goiás
A prática do vazio sanitário é essencial para a manutenção da produtividade e da qualidade das lavouras de algodão, uma das culturas de maior valor econômico para o agronegócio goiano. Ao impedir que o bicudo-do-algodoeiro encontre ambientes propícios para se reproduzir, o Estado minimiza o uso de defensivos agrícolas e promove um controle biológico da praga. Em última instância, essa estratégia contribui para a sustentabilidade ambiental e o fortalecimento da economia agrícola local, beneficiando tanto os produtores quanto a sociedade em geral.
Essas ações coordenadas entre órgãos de fiscalização e produtores reforçam o compromisso de Goiás com práticas de cultivo responsáveis, que respeitam as normas sanitárias e promovem um ambiente produtivo seguro e sustentável para todos.
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