Voçoroca de 500 metros em Valparaíso de Goiás põe em risco a BR-040 e shopping, segundo relatório da Semad
Estudos apontam erosão em duas frentes — margens da rodovia e estacionamento do shopping — e drenagens insuficientes. Governo exige do município plano de recuperação de nascentes e medidas emergenciais de contenção.
Uma voçoroca com cerca de 500 metros de extensão e 20 metros de profundidade em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, representa risco real para a rodovia BR-040 e um shopping center vizinho. O alerta foi enviado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Goiás (Semad-GO), que registrou dois focos distintos de erosão na área: um ao longo da rodovia, próximo a nascentes, e outro atrás do estacionamento do empreendimento.
Técnicos da Semad constataram que as redes de drenagem existentes são insuficientes para suportar o volume de águas pluviais e o escoamento gerado pelo adensamento urbano e mudanças de uso do solo, o que agrava o avanço da cratera, bem como o soterramento de nascentes e até de uma cachoeira próxima. O órgão ambiental notificou o município de Valparaíso para que apresente, em prazo definido, três documentos: (a) identificação da responsabilidade pelo sistema de drenagem existente na área crítica; (b) projeto de recuperação das nascentes com medidas de canalização para reduzir a velocidade do escoamento superficial; e (c) relatório das ações de remediação já adotadas ou previstas.
Impactos e urgência
A cratera apresenta risco tanto para usuários da BR-040 — via de intenso tráfego interestadual — quanto para frequentadores e lojistas do shopping **Brasil Center Shopping, cuja estrutura de estacionamento está diretamente contígua ao foco de erosão verificado. Uma rua adjacente ao local foi interditada preventivamente para evitar acidentes. Especialistas indicam que em estruturas de erosão desse tipo, quando não há contenção adequada e readequação da drenagem, o solo pode ceder de forma abrupta, colocando em risco edificações, rodovias e vida humana.
Causas apontadas
Segundo a análise da Semad, os principais fatores que contribuíram para o quadro são: intensificação de chuvas, aumento do escoamento superficial decorrente do adensamento urbano, insuficiência das redes de drenagem e perda de cobertura vegetal nas margens das nascentes. A acumulação prolongada de água em solo comprometido favorece o processo erosivo conhecido como voçoroca, que segue ganhando tamanho e profundidade com o tempo,^1 e agora compromete infraestrutura crítica.
Responsabilidades institucionais
A Semad encaminhou ofício não só à prefeitura de Valparaíso, mas também ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), visto que a rodovia federal atravessa a área de risco. O órgão federal deverá avaliar a continuidade de obras de contenção e a adequação de drenagem ao longo do trecho afetado. A prefeitura municipal, por sua vez, ainda não divulgou um cronograma público de atuação para mitigação emergencial.
Próximas etapas
Técnicos aguardam o envio dos documentos requisitados para que se inicie a análise e liberação de medidas emergenciais, que podem incluir contenções provisórias, redirecionamento do tráfego e intervenções no sistema de captação de águas pluviais. O monitoramento da instabilidade do solo será intensificado, com possível uso de drones e satélite para atualização da evolução da cratera.
Em paralelo, moradores e comerciantes da região acompanham com apreensão o cenário. A cada chuva mais forte, cresce a percepção de risco, especialmente para quem transita pela rodovia ou trabalha no comércio junto ao foco erosivo.
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