Violência Letal em Jataí: Espancado com Pedras e Chutes, Professor da UFJ Morre Após Nove Dias
Marco Antônio de Oliveira Viu, docente da Universidade Federal de Jataí, morreu após ser espancado com requintes de crueldade. Caso levanta debate sobre segurança pública e intolerância em espaços de convivência.

O professor universitário Marco Antônio de Oliveira Viu, de 58 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu na noite desta segunda-feira (7), após permanecer nove dias internado em estado grave no Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia. Ele foi vítima de um ataque brutal, com pedradas e chutes, na madrugada de 29 de junho, em frente a um bar na cidade de Jataí, no sudoeste de Goiás.
O crime, registrado por câmeras de segurança, mostra a violência com que Marco foi agredido. Segundo a Polícia Civil, quatro jovens — com idades entre 20 e 23 anos — foram presos em flagrante e seguem detidos preventivamente. Eles devem ser indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, conforme adiantou o delegado responsável pelo caso, Marlon Souza.
A linha investigativa descarta qualquer relação anterior entre a vítima e os suspeitos. Um dos envolvidos alegou que o conflito teria começado por causa de um celular desaparecido durante uma festa próxima ao bar onde Marco estava. A Polícia Civil, no entanto, trabalha com a hipótese de uma motivação banal, reforçando o caráter gratuito e selvagem da agressão.
O professor e o legado
Marco Antônio era professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Jataí (UFJ), instituição onde atuava há anos com dedicação reconhecida por alunos e colegas. Em nota oficial, a UFJ decretou luto oficial de três dias, com suspensão das atividades acadêmicas e administrativas não essenciais.
O ADUFG-Sindicato, que representa docentes das universidades federais goianas, manifestou profunda consternação:
“Mais uma vez, a violência urbana ceifa vidas inocentes. Perdemos um educador comprometido, e a sociedade perde com isso. Que a Justiça seja célere e rigorosa.”
A morte de Marco Antônio comoveu a comunidade acadêmica e reacendeu o debate sobre os índices crescentes de violência em cidades do interior, especialmente em locais de lazer noturno, onde episódios de intolerância e agressões têm se multiplicado, muitas vezes alimentados pelo consumo excessivo de álcool e a ausência de segurança efetiva.
Avanço das investigações
O delegado Marlon Souza confirmou que o inquérito está em fase avançada. “A tipificação penal é clara: homicídio qualificado. Foi um ataque covarde, sem chance de defesa, motivado por uma suposta e inconsequente discussão”, afirmou.
A Polícia busca concluir o inquérito ainda nesta semana e encaminhá-lo ao Ministério Público de Goiás. Os nomes dos investigados não foram divulgados oficialmente, uma vez que o processo ainda corre sob sigilo parcial.
Imagens chocantes e comoção social
As imagens do ataque, que circulam entre autoridades e investigadores, mostram Marco caído ao chão, já inconsciente, enquanto os agressores continuam a desferir chutes e pedradas. A brutalidade provocou forte reação pública nas redes sociais, onde familiares, colegas e alunos pedem justiça e reforçam a memória do professor como um defensor do conhecimento e da convivência pacífica.
Um retrato da violência silenciosa
O caso de Marco Antônio não é isolado. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que as agressões físicas letais aumentaram nos últimos anos em municípios de médio porte, como Jataí. Muitas dessas mortes derivam de conflitos interpessoais banais, impulsionados por intolerância, machismo, racismo e disputas territoriais em locais de lazer.
Especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas mais eficazes na prevenção da violência, incluindo a ampliação de rondas ostensivas em regiões de bares e festas, programas de educação para a paz e o combate à cultura do ódio.
Marco Antônio Viu deixa legado de ensino, ética e humanidade. Sua morte brutal exige não apenas justiça, mas reflexão coletiva sobre a sociedade que estamos construindo.
Nota UFJ
A Universidade Federal de Jataí (UFJ) manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do Professor Marco Antônio Viu, docente do curso de Medicina Veterinária, vítima de uma violenta agressão na madrugada do dia 29 de junho.
A UFJ repudia veementemente o ato de violência que ceifou sua vida e solidariza-se com familiares, amigos e toda a comunidade universitária neste momento de dor.
Em respeito à sua memória, a UFJ decreta luto oficial por três dias, suspendendo atividades administrativas e acadêmicas não essenciais. Que sua trajetória inspire reflexão sobre a valorização da vida e o combate à violência em nossa sociedade.
Nota Adufg-Sindicato
É com profunda tristeza e consternação que a Diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) recebe a notícia do falecimento do professor Marco Antônio de Oliveira Viu, da Universidade Federal de Jataí (UFJ), vítima de uma brutal agressão ocorrida no último dia 29 de junho.
O professor Marco Antônio foi mais uma vítima da violência que insiste em ceifar vidas e abalar famílias, comunidades e instituições. Sua partida representa uma perda irreparável para a UFJ e para toda a comunidade acadêmica, que hoje chora a morte de um educador comprometido com o ensino público, gratuito e de qualidade.
O Adufg-Sindicato reforça seu repúdio veemente a todo e qualquer ato de violência e reitera a necessidade de que os responsáveis por esse crime covarde sejam responsabilizados com o máximo rigor da lei.
A Diretoria se solidariza com os familiares, amigos, colegas e estudantes do professor Marco Antônio e se coloca à disposição para prestar todo o apoio necessário neste momento de dor.
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