Violência em Piracanjuba: Homem que Espancou Esposa com Taco de Sinuca é Preso em Fazenda
Após anos de abusos, mulher decide romper relação e é brutalmente agredida em bar da cidade; imagens flagraram o ataque. Autor foi encontrado foragido na zona rural e responderá por lesão corporal no âmbito da Lei Maria da Penha.
A brutalidade que marcou uma década de relacionamento abusivo em Piracanjuba, município do sul goiano, ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (1º), quando a Polícia Civil de Goiás prendeu preventivamente um homem de 42 anos, acusado de espancar a ex-companheira com um taco de sinuca, em um bar da cidade.
A vítima, com quem o agressor manteve um relacionamento por cerca de 10 anos e teve três filhos, decidiu por fim à união no final de março deste ano. Mas, como tantos casos de violência doméstica no Brasil, o rompimento foi apenas o início de uma escalada ainda mais perigosa.
De acordo com o delegado Leylton Barros, responsável pelo caso na Delegacia de Polícia de Piracanjuba (19ª DRP), o homem não aceitava o fim da relação e já apresentava um histórico de agressões recorrentes, especialmente sob efeito de álcool. “Era um ciclo de violência típico: agressões seguidas de pedidos de perdão e recaídas, até que a vítima finalmente decidiu romper. Infelizmente, foi nesse momento que ele revelou sua face mais covarde”, explica o delegado.
O ataque em público e a força das imagens
A cena de terror aconteceu dentro de um bar, em pleno horário comercial. Ao avistar a ex-companheira, o agressor partiu para cima com socos, pontapés e utilizou um taco de sinuca como arma, golpeando repetidamente a vítima. O ataque foi registrado por câmeras de segurança do estabelecimento, e as imagens chocaram até os policiais envolvidos na investigação.
Segundo a apuração, a mulher sofreu múltiplas lesões corporais e precisou de atendimento médico. Abalada, ela procurou imediatamente a delegacia para denunciar o agressor — decisão que deu início a uma investigação que culminaria, semanas depois, na decretação da prisão preventiva do suspeito, que já se encontrava foragido.
Prisão na zona rural e confissão
Após diligências, a Polícia Civil localizou o homem escondido em uma fazenda da zona rural do município. A prisão foi feita de forma estratégica, para evitar riscos à equipe e a terceiros, já que o suspeito é considerado de perfil agressivo.
Na delegacia, o homem confessou friamente o crime. Ele responderá por lesão corporal no contexto da Lei Maria da Penha, cuja pena pode chegar a cinco anos de reclusão, além de sanções adicionais em caso de agravantes.
O delegado Leylton Barros, que coordena a investigação, destaca que o caso reforça a importância de denunciar e romper o silêncio. “Essa mulher teve coragem de buscar ajuda. Felizmente, conseguimos agir a tempo de impedir algo ainda mais grave. A omissão pode custar a vida das vítimas”, ressalta.
Violência doméstica em números
Casos como o de Piracanjuba são mais comuns do que se imagina. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registra um caso de violência contra a mulher a cada 4 minutos. Só em 2024, mais de 118 mil denúncias foram feitas pelo Disque 180, canal nacional de apoio à mulher.
A Lei Maria da Penha (11.340/2006), considerada uma das mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica, estabelece medidas protetivas de urgência, como afastamento do agressor, prisão preventiva e proibição de contato. Porém, sua efetividade ainda depende da celeridade do Estado e da coragem das vítimas para denunciar.
O que fazer em casos de violência?
Especialistas recomendam que, diante de qualquer forma de agressão física, psicológica, patrimonial, sexual ou moral, a mulher:
- Registre boletim de ocorrência imediatamente;
- Solicite medida protetiva de urgência;
- Busque apoio em Delegacias da Mulher, CREAS ou ONGs de apoio;
- Evite enfrentar o agressor sozinha e mantenha familiares ou amigos informados.
A Polícia Civil reitera que denúncias podem ser feitas de forma anônima, inclusive via Disque 180 ou 190 (em caso de emergência).
O caso de Piracanjuba não é isolado — é reflexo de uma estrutura que ainda silencia mulheres e protege agressores. Mas quando a denúncia se transforma em ação, a justiça começa a ser feita.
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